“Ordem Moral” é a quarta longa-metragem de Mário Barroso, e conta a história verídica, mas ficcionada, de “uma mulher livre” Adelaide Coelho da Cunha, encarnada pela actriz Maria de Medeiros, que em 1918, decidiu viver a sua vida e fugir às convenções e ao arcaismo da sociedade de então.Mário Barroso, começa por esboçar um breve sinopsis de “Ordem Moral”, um filme dominado pelo conflito de classes e a emancipação da mulher em plena epidemia de gripe espanhola em Portugal.
“Ordem Moral” conta a história verídica de Maria Adelaide Coelho da Cunha, proprietária do jornal “Diário de Notícias” e filha do seu fundador, que em 1918 foge com o antigo motorista, 26 anos mais novo, o que provoca um escândalo social, e deixa toda a gente à sua procura, numa busca altamente mediática.
Três semanas depois, ela é encontrada, internada no hospício Conde de Ferreira e declarada louca e incapaz pelos médicos Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid, o que permite ao marido vender o jornal e entregá-lo ao serviço dos poderes, que irão instituir a ditadura poucos anos depois.
Esta história verídica, mas ficcionada é o tema do filme de Mário Barroso, com Maria de Medeiros no papel de Maria Adelaide e com argumento de Carlos Saboga, tal como nas precedentes longas-metragens para o cinema de Mário Barroso: “O Milagre segundo Salomé” em 2004 e “Um amor de perdição” em 2008.
O filme “Ordem Moral” de Mário Barroso, realizador, director de fotografia, com Manoel de Oliveira, João César Monterio e José Fonseca e Costa, entre muitos outros e actor, designadamente com Manoel de Oliveira, foi seleccionado para a Mostra de Valência em Espanha e em seguida para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no Brasil.
De recordar que Mário Barroso e Carlos Saboga fizeram parte do núcleo fundador de jornalistas das emissões em português para África na RFI.