Domingo, Maio 12, 2024
14.5 C
Lisboa
More

    Onda de intoxicações atinge várias províncias

    Cerca de 70 pessoas, entre alunos, encarregados de educação e transeuntes, deram ontem entrada no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, em Viana, por inalação de substância tóxica.
    Em Luanda, a onda de intoxicação atingiu ontem a escola 9.026, no bairro das Quinhentas Casas, em Viana, e o Colégio Zely, no mesmo bairro.
    Maria Helena da Silva, directora da escola 9026, relatou que a situação aconteceu por volta das dez horas e originou pânico no estabelecimento escolar. “Alguns alunos abandonaram o pátio e foram ao encontro dos encarregados de educação que se encontravam em frente ao portão principal”, relatou, acrescentando que se registaram desmaios tanto no interior como fora da escola.
    De acordo com a directora, presume-se que a substancia tóxica terá sido deitada fora, no pátio, local em que se registaram as dez primeiras vítimas, entre vigilantes e transeuntes.
    Maria Helena da Silva louvou a pronta intervenção dos bombeiros e da Polícia Nacional, que em poucos minutos começaram a evacuar as vítimas para o Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulina, localizado em Luanda Sul.
    Domingas Fernando Manuel, 15 anos, estudante da sétima classe e uma das vítimas, diz que sentiu cheiro e frio nas pernas e posteriormente perdeu os sentidos, tendo-se recuperado no hospital.
    Depois dos primeiros socorros, Domingas diz que sentiu dores no peito e alguma irritação na garganta. Inácio Carvalho, enfermeiro de serviço no hospital Mãe Jacinta, disse que cerca de duas horas depois das primeiras vítimas terem chegado àquela unidade, a situação ficou sob controlo. As vítimas foram lavadas com água e detergente, sobretudo na cabeça, e posteriormente foi-lhes ministrado soro e orientadas a beber muitos líquidos.

    O director do hospital Mãe Jacinta, Mateus Neto, afirmou que aquela unidade começou a receber pessoas vítimas de intoxicação há uma semana. “Foi complicado, porque ainda não estávamos preparados para lidar com este tido de complicações, pois é um hospital materno infantil. Tínhamos dez pacientes provenientes do quilómetro 14 e pensávamos que a situação iria normalizar-se. Hoje voltamos a receber 67 provenientes das Quinhentas Casas”, lamentou. Mateus Neto considera que a situação está controlada, sublinhando que o trabalho está a ser feito agora com maior organização. “Os pacientes estão a ser medicados com soro e para os casos mais graves está-se a dar hidrocortozona, prometazina, cloroferinamina”, explicou.
    Esclareceu ainda que depois de afectar a pessoa, o produto fica entranhado nos cabelos, razão pela qual as meninas constituíram o maior número. “Por isso, a orientação é lavar a cabeça com bastante agua e sabão ou outro detergente”, sublinhou.

    Huíla

    Também na província da Huíla, dezenas de pessoas, entre adultos e alunos de algumas escolas do I e II ciclo do Lubango e Humpata, desmaiaram ontem, com complicações respiratórias, em consequência da inalação de produto tóxico desconhecido. As vítimas foram assistidas no hospital central do Dr. António Agostinho Neto e na pediatria Pioneiro Zeca.
    O director provincial da Saúde na Huíla, Bernabé Lemos, disse à imprensa que é prematuro quantificar o número de pessoas afectadas nas escolas e seus arredores.
    “Torna-se ainda difícil quantificar o número real de pessoas afectadas nas escolas e arredores, porque foram recolhidos até aqueles cidadãos que estavam no local mas a sentirem-se bem, os que tiveram descontrolo emocional e os que desmaiaram e manifestaram indícios de complicações respiratórias”, disse. Bernabé Lemos pediu aos familiares das vítimas para terem calma, assegurando que o hospital central e a pediatria do Lubango têm condições para cuidar condignamente dos pacientes. “Temos muito pessoal mobilizado para o efeito e até uma equipa de psicólogos que trabalham com os que estão afectados pelo estado de pânico”.
    Segundo o director, não foram registados casos graves nem insuficiência de material gastável, corpo clínico ou transporte para proceder à recolha de pessoas nas escolas ou arredores.
    O director provincial de Saúde na Huíla, afirmou que um número considerável de pessoas foi devidamente assistido e obteve alta após 30 minutos. “Continuamos com alguns casos nas unidades, cujo diagnóstico indica uma recuperação rápida”, acrescentou, Na cidade do Lubango, os primeiros casos foram registados na escola do I ciclo do ensino primário Betele e nº28, tendo os alunos afectados sido encaminhados imediatamente para as duas principais unidades hospitalares do Lubango, para assistência médica e medicamentosa. Os pacientes que deram entrada no hospital central do Lubango, Dr. António Agostinho Neto, foram colocados em locais melhor arejados, onde o corpo clínico mobilizado para socorrer os pacientes dava constantemente água para as pessoas beberem e passava um pano húmido no rosto.
    O director provincial da Educação na Huíla, Américo Chicoty, exortou os encarregados de educação e alunos dos municípios do Lubango e Humpata, a não impedirem os filhos de irem à escola em consequência desta onda de intoxicação. “Os encarregados de educação e alunos devem ir e assistir normalmente às aulas, porque foram tomadas medidas de segurança e de primeiros socorros em caso de acontecer algo de anormal”, afirmou Américo Chicoty.
    Membros do governo da província deslocaram-se ao hospital central e à pediatria para se solidarizarem com as pessoas afectadas.

    Namibe

    Novos casos registaram-se ontem no Namibe, tendo dado entrada no Hospital provincial Ngola Kimbanda 50 alunos, onde receberam os primeiros socorros.
    Os afectados são na maioria raparigas dos 12 aos 22 anos e uma professora. Os desmaios deram-se em cadeia, na parte da manhã, nas escolas Ekuikui II, 1 de Junho, Kumangala e Puniv, quando os alunos se preparavam para assistir às aulas.
    Trata-se da segunda vez que se registam desmaios depois do sucedido na sexta-feira, em que desmaiaram 70 alunos. Em consequência disso a maioria das escolas estão provisoriamente encerradas e as autoridades policiais pedem aos alunos e encarregados de educação para manterem a calma.

    Fonte: Jornal de Angola

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Suíça vence festival de música Eurovision

    A Suíça ganhou na madrugada deste domingo (12, noite de sábado no Brasil), com a canção “The Code” de...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema