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    Onda da crise mundial irá bater na Europa do Leste?

    (Foto: Flickr.com/Andormix - Isaac Torrontera)
    (Foto: Flickr.com/Andormix – Isaac Torrontera)

    Joseph Stiglitz, um dos mais conhecidos economistas americanos, Prémio Nobel, escreveu, na coluna de autor da edição Project Syndicate, que os mais sombrios prognósticos sobre uma estagnação e queda longa ou eterna do nível de vida dos habitantes dos EUA e da Europa poderão tornar-se realidade devido aos erros dos governos.

    Semelhantes prognósticos apocalípticos perseguem frequentemente objectivos perfeitamente concretos: posicionar o autor como principal perito sobre esta ou aquela questão e, ao mesmo tempo, retirar dele a responsabilidade pelos próprios erros anteriores e futuros. O analista político Nikolai Kaveshnikov considera:

    “Às vezes, simplesmente é preciso ouvir com atenção o que os acusadores dizem. Por um lado, é preciso reduzir as despesas quando existe uma grande dívida no orçamento de Estado. Por outro lado, semelhante política mina objectivamente o crescimento futuro. É verdade que os seus adeptos gostam de raciocinar assim: que morra tudo o que deve morrer e, depois, começaremos a fazer algum de novo com um orçamento saudável.”

    Outra circunstância faz com que se deva olhar com cuidado para os prognósticos dos analistas financeiros. Segundo o especialista em regiões Vladislav Belov, eles perseguem objectivos especulativos. Ele recordou que assim aconteceu há um ou dois anos atrás, quando peritos avaliaram, com uma probabilidade de 90%, a saída da Grécia da zona do euro:

    “As opiniões dos analistas vão lado a lado com as avaliações do rating das agências mais conhecidas. A meu ver, em tudo isto está presente uma parte de pressão especulativa nos mercados. Considero que, hoje, se deveria ter mais cuidado face a semelhantes avaliações.”

    Em vez de se empolar o papel das tendências negativas globais, deveria olhar-se mais atentamente para a situação e países e regiões concretos. Para onde já hoje tentam realizar a sua própria política macroeconómica afastando-se das receitas que parecem erradas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI. Entre semelhantes regiões estão os países da Europa Central e Oriental. O gabinete húngaro de Viktor Orban, não obstante os protestos da direcção da União Europeia, colocou sob um rígido controle, nos últimos meses, parâmetros sociais tão importantes como as tarifas comunais e a situação no mercado energético único. Isso não só permitiu eliminar a agudeza social, mas também diminuir o nível da inflação. “A Hungria sai da crise apoiando-se em transformações políticas e constitucionais, e chega às próximas eleições parlamentares com uma estabilidade nunca vista”, semelhante avaliação da situação actual na Hungria foi dada pela edição francesa do Le Huffington Post.

    Confronto parecido sobre aspectos fulcrais da política socioeconómica ocorre em torno da Roménia, onde a UE e a FMI condicionam a concessão de empréstimos anticrise com rígidas exigências que dizem respeito ao fardo fiscal. As autoridades do país tentam alargar para si a “janela de possibilidades” na defesa de um orçamento de Estado que elas consideram melhor adaptado às condições locais.

    A Hungria e a Roménia têm, actualmente, índices nada maus num parâmetro tão importante para a actual Europa como o nível do desemprego: é inferior ao da UE e mesmo ao de uma economia tão forte como a França.
    No fim de contas, talvez as ondas da crise económica batam precisamente nessa região, e não na China ou no Japão. (ruvr.ru)

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