A estrela que comanda campeãs no andebol
Está registada com o nome de Maria Odete Tavares e é a líder da Selecção Nacional de andebol. Nasceu no Bairro Cotel, arredores de Benguela. Estudou o primeiro nível na escola Augusto Ngangula e o ciclo na Massanganlala, onde frequentou a 6ª e 7ª classe. No ano lectivo seguinte foi para o velho Liceu.
A sua actividade desportiva levou-a a Luanda onde frequentou o ensino médio no colégio Santa Ana, na especialidade de enfermagem. Odete Tavares começou a jogar andebol muito cedo, em 1987. Com o passar do tempo, foi ganhando traquejo e perícia. Foi jogar no Nacional de Benguela. Mais tarde representou o 1º de Maio.
Como dedicava mais tempo ao desporto do que aos estudos, o pai obrigou-a a desistir. Mas por pouco tempo. Com o apoia da mãe, Teresa Fernandes, a jovem Odete regressou aos treinos. Mas teve de assumir o compromisso de estudar.
Com o passar do tempo, o pai, Aníbal dos Santos Tavares, foi percebendo que a filha tinha descoberto a sua vocação. E começou a apoiá-la na sua actividade desportiva: “se estivesse a descansar, ninguém me podia acordar. O meu pai velava pelo meu repouso”.
A consagração
A caminhada desportiva de Maria Odete Tavares foi ganhando sustentabilidade ao longo do tempo. Em 1994, ingressou na selecção de juniores femininos de andebol. No ano seguinte, voltou a ser convocada e jogou no Brasil. Dado o seu desempenho, foi chamada à selecção de seniores.
Estreou-se como central mas hoje, ostenta o título de uma das melhores guarda-redes de Angola e do continente africano. A sua mudança de posição começou depois de uma das integrantes do Nacional de Benguela ter faltado.
A ausência da guarda-redes levou-a a defender a baliza do Nacional naquele jogo. A equipa contrária viu-se aflita para violar a baliza defendida por Odete Tavares. Hoje enverga a camisola “número um” da Selecção Nacional.
Aconteceu comigo Jogos internacionais
Chama-se Maria Odete Tavares e nasceu a 18 de Agosto de 1976. Em criança jogava “garrafinha”. Em 1987 foi treinar andebol. Ainda descalça, porque não tinha sapatilhas apropriadas, começou a jogar. Ao longo dos anos guarda o convívio com pessoas de várias partes do mundo como o melhor que lhe aconteceu.
“Tenho gravadas as diferentes participações nos campeonatos africanos e mundiais. Jamais esquecerei”.
Odete Tavares Responde
Tem filhos?
Tenho dois filhos e ainda não sou casada, vivo maritalmente.
O que a inspira em campo?
Quando comecei a jogar não tinha referências. Mas já na selecção de seniores fui bebendo da experiência da Elisa, que era guarda-redes do Petro de Luanda.
Teve oportunidade de falar disso à Elisa?
Nunca. Lamentavelmente ela deixou de jogar. Quando fui chamada à selecção de seniores, ela já tinha abandonado o andebol. É uma jogadora que admiro muito.
Que recordações tem de Benguela?
Todas as minhas recordações são de Benguela. Sou de Benguela e nunca deixarei de ser benguelense. A minha família toda está lá. Vou constantemente a Benguela. Não me desliguei da minha cidade.
É a primeira filha?
Não. Sou a terceira filha da minha mãe. Mas o meu pai já tem filhos de outra relação. Todos nós nos amamos.
Que marcas tem do andebol?
O andebol é a minha vida. Sou o que sou, graças ao andebol. Se não jogasse andebol, não sei o que seria da minha vida. Agradeço a todas as pessoas que me deram a mão, desde o primeiro passo até hoje. A modalidade é o meu emprego. Agradeço aos meus treinadores, massagistas e aos adeptos. Todos aqueles que fazem parte da minha carreira.
Exerce a enfermagem?
Não. Para fazer os estágios tive de abdicar de muitas coisas. Como sabe os enfermeiros fazem noites e como é óbvio, não posso perder noites. Tive que optar. Optei pelo andebol.
Fonte: Jornal de Angola