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    Ocidentais buscam resposta após referendo na Crimeia

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    O Ocidente condenou neste domingo o referendo “ilegal” na Crimeia e a União Europeia deve decidir sobre uma sanção às autoridades russas sem, contudo, fechar as portas para o diálogo com Moscovo.

    Os europeus devem reagir logo na manhã de segunda-feira, às 09H30 locais (05H30 horário de Brasília), já que seus ministros das Relações Exteriores se encontram em Bruxelas para participar de sua reunião mensal.

    Sem esperar, tanto Bruxelas quanto Washington reafirmaram neste domingo que consideravam o referendo “ilegal e ilegítimo”, “contrário à Constituição ucraniana e às leis internacionais”, segundo os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso.

    “Os Estados Unidos não reconhecerão o resultado” desta consulta, reafirmou o secretário de Estado americano, John Kerry, ao seu colega russo, Serguei Lavrov, em uma conversa por telefone.

    “Após este referendo ilegal, a Rússia começa de fato a anexação do território ucraniano”, reagiu o presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaitè.

    O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, também classificou de “ilegal” o referendo deste domingo na Crimeia. “O referendo que ocorreu hoje na Crimeia é ilegal e contraria a Constituição ucraniana”, disse o chanceler francês.

    “Ele é tão ilegítimo que ocorreu sob a ameaça das forças de ocupação russas”, ressaltou Fabius, que pediu à Rússia que reconhecesse e respeitasse “a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”.

    Até o momento reticente, Londres também avaliou que chegou a hora de a União Europeia “adoptar medidas de restrição mais severas”, disse o chanceler britânico, William Hague.

    “Não há nada na maneira como o referendo foi conduzido que nos convença de que trata-se de um exercício legítimo”, afirmou, em um comunicado, o chefe do Foreign Office.

    Em Bruxelas, uma nova reunião com embaixadores deve determinar até a noite deste domingo sanções “pontuais” visando as autoridades russas ou ucranianas pró-Rússia, sob a forma de restrições de vistos e bloqueios de activos.

    Nenhuma informação oficial sobre a lista de pessoas afectadas pelas sanções será revelada antes da reunião de segunda-feira. O documento deve conter de 25 a 30 nomes, segundo uma fonte ligada à diplomacia europeia. A lista “deve ser limitada, mas politicamente significativa para enviar uma mensagem clara” a Moscovo, explicou outra fonte.

    “Haverá parlamentares, membros das forças de segurança, um alto funcionário do ministério da Defesa”, segundo a mesma fonte. Funcionários pró-Rússia da Crimeia também serão penalizados.

    Ao que tudo indica, estariam fora da lista membros do governo russo, já que isso “inviabilizaria” as tentativas de negociação para uma solução política.

    – Sem sanções económicas –

    As capitais ocidentais questionam-se sobre as intenções de Vladimir Putin após o referendo. “Será que ele vai se contentar com a anexação da Crimeia à Rússia ou vai querer levar sua influência ainda mais longe?”, questionou um diplomata em Bruxelas.

    Para muitos líderes europeus, a atitude de Moscovo nos últimos dias não inspira optimismo. “A Rússia até o momento impediu qualquer opção de saída para a crise, qualquer passo para uma desaceleração das tensões e realmente quer estabelecer uma situação que não podemos aceitar”, afirmou neste domingo o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

    No caso de agravamento da crise, a UE pode contar com um terceiro bloco de sanções, consideradas mais prejudiciais para Moscovo, uma vez que recaem sobre as relações económicas e comerciais.

    No plano económico, especialmente na Alemanha há uma inquietação pública relacionada a tais sanções. O director do gigante da energia EON, Johannes Teyssen, falou à revista Der Spiegel sobre o risco de “prejudicar de forma irreparável” as relações com a Rússia, terceiro maior parceiro económico da UE.

    O primeiro-ministro da Bulgária, Plamen Orecharski, também mostrou-se reticente neste domingo, ressaltando que diversos países do leste da Europa, incluindo o seu, “seriam os maiores prejudicados” no caso de sanções. (afp.com)

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