No âmbito do diálogo para a paz em curso em Moçambique, o Presidente da República Filipe Nyusi ordenou a retirada dos contingentes do exército governamental que cercavam as principais bases da Renamo na região da Gorongosa no centro do país.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou, hoje, que o Governo decidiu retirar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Gorongosa, província de Sofala, no centro do país onde há mais de um ano está refugiado o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, e combatentes da Renamo, tendo-se instalado depois as FDS.
De acordo com Chefe de Estado, as forças já deixaram duas bases e o abandono da terceira está em curso.
O anúncio da retirada foi feito ontem, quinta-feira, pelo Presidente da República e Comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, no cumprimento dos entendimentos com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Esta medida é acompanhada pela criação entre o governo e a Renamo de dois centros conjuntos de verificação das tréguas e controlo da pacificação compostos por membros da Renamo e do Governo em Maputo e em Gorongosa. Estes centros vão ser instalados em Maputo e na Beira.
De acordo com Filipe Nyusi, os dois núcleos de controlo do processo de monitorização das hostilidades militares, serão compostos por 12 elementos indicados pelas duas lideranças, e entram em funcionamento já a partir do dia 4 de Maio, data em que termina mais um período de tréguas militares de 60 dias.
A ideia, segundo o Chefe do Estado, é criar condições para que o país alcance uma paz efectiva, daí a criação de grupos que estão a discutir a descentralização e os assuntos militares, este último que se ocupa da cessação das hostilidades, desarmamento total da Renamo, reinserção das forças da Renamo na base do que está a ser discutido. (Rfi)
