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    Nigéria: Adiamento das eleições pode ter custos milionários

    Custos do adiamento das presidenciais e legislativas inicialmente previstas para este sábado podem chegar aos milhares de milhões de dólares, dizem economistas. Nigerianos mostram-se desiludidos com a decisão.

    Os nigerianos que ficaram surpreendidos quando as eleições presidenciais foram adiadas, este sábado, poderão sofrer um segundo choque quando souberem quanto custou esta decisão, dizem economistas e empresários.

    “O custo económico do adiamento das eleições é imenso”, diz Muda Yusuf, diretor-geral da Câmara do Comércio e Indústria de Lagos, citado pela DW África, que avança uma estimativa de 1,5 mil milhões de dólares.

    “A economia estava parcialmente paralisada no dia anterior e completamente parada no sábado, para as eleições” que não tiveram lugar, explica.

    As ruas de Lagos continuavam vazias na manhã deste domingo, numa altura em que a capital económica de 20 milhões de habitantes recupera da desilusão e raiva causadas pelo adiamento de uma semana anunciado à última hora, por motivos de logística.

    A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) anunciou o adiamento apenas algumas horas antes da abertura das mesas de voto para eleger o chefe de Estado e os membros do Parlamento da nação mais populosa de África.

    A CENI justificou com problemas na distribuição dos boletins de voto e listas eleitorais, bem como sabotagem, após três incêndios em escritórios do organismo no espaço de duas semanas.

    As eleições estão agora marcadas para 23 de fevereiro, mas muitos eleitores que viajaram para votar este sábado nas suas regiões de origem afirmam que não podem esperar mais sete dias e alertam para um possível aumento da abstenção.

    Solidariedade não chega

    Os principais candidatos, o Presidente cessante Muhammadu Buhari e o seu rival Abubakar Atiku apelaram à calma, mas a população de 190 milhões de pessoas fustigadas pelo desemprego e pela pobreza extrema sofreram um duro golpe financeiro com a decisão.

    Para muitos, o custo de abandonar as cidades onde trabalham para irem votar nas suas regiões de origem é significativamente alto.

    Nas redes sociais, os utilizadores mobilizaram-se para recolher donativos para vendedores de rua que compraram produtos perecíveis para vender aos eleitores, que normalmente enfrentam longas esperas nas filas para votar. No entanto, o montante recolhido não deverá fazer muita diferença para as dezenas de milhares de pessoas que vivem com menos de 1,9 dólares por dia.

    Muitos negócios, incluindo o importante porto de Lagos, tinham encerrado na sexta-feira para que os funcionários pudessem deixar a cidade na véspera de um recolher obrigatório relacionado com as eleições que entraria em vigor no sábado, a partir das 8 horas da manhã. Aeroportos e postos fronteiriços tinham também cessado operações.

    Para o economista Bismark Rewane, no entanto, “o custo mais importante é o reputacional”.

    “A confiança dos investidores será afetada” e, a longo prazo, quando os custos indiretos forem avaliados, o adiamento poderá custar o equivalente a dois pontos percentuais do Produto Interno Bruto, entre 9 a 10 mil milhões de dólares, frisa o especialista.

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