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    Nanotecnologia para a detecção da tuberculose vence prémio

    Pedro Viana Baptista e Miguel Viveiros Bettencourt, ambos investigadores da Universidade Nova de Lisboa (UNL), recorreram às nanotecnologias para desenvolver um teste que deverá permitir detectar com grande sensibilidade, a baixo custo e sem equipamentos sofisticados, o bacilo da tuberculose e as suas mutações genéticas mais frequentemente implicadas na resistência aos antibióticos.

    Esta sexta-feira vão receber, pelas 11h da manhã, o Prémio de Mérito Científico Santander Totta/Universidade Nova de Lisboa, numa cerimónia na reitoria da UNL, que contará com a presença de Jorge Sampaio, enviado do secretário-geral das Nações Unidas para a tuberculose.

    O sistema que desenvolveram baseia-se na utilização de nanopartículas de ouro ligadas a “sondas” de ADN destinadas a reconhecer (por complementaridade das bases do ADN) sequências genéticas específicas do bacilo Mycobacterium tuberculosis. Quando uma solução destas nanossondas, inicialmente de cor vermelha intensa, é colocada em presença do ADN proveniente de uma amostra biológica a testar e é acrescentado sal comum, se o bacilo estiver presente a cor permanece a mesma, mas na ausência dele vira de forma abrupta para azul. Trata-se da “primeira descrição de utilização de nanopartículas de ouro coloidal para a detecção específica de Mycobacterium tuberculosis”, explicam os cientistas.

    O sistema também recorre à amplificação (aumento do número de cópias) do ADN das amostras, processo que necessita de temperaturas de apenas 35 a 40 graus Celsius e pode portanto ser facilmente atingida recorrendo a fogões ou fornos solares, “de fácil implementação em zonas distantes de laboratórios equipados”, salientam.

    O prémio, atribuído anualmente e cujo montante é de 25 mil euros, “visa distinguir projectos de investigação a desenvolver por investigadores juniores da UNL de natureza interdisciplinar que envolvam, pelo menos, duas das unidades orgânicas desta universidade”, lê-se no regulamento. Neste caso, os autores trabalham, respectivamente, no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia e no Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

    Fonte: OPUBLICO

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