O musicólogo e produtor brasileiro Ricardo Vilas realiza, dias 6 e 13, em Luanda, um ciclo de conferências sobre a “Circulação musical entre Brasil, Angola e França”, com participação de especialistas dos referidos países, no quadro das pesquisas do seu doutoramento em Antropologia Social.
Ricardo Vilas disserta na terça-feira, às 18h00, no auditório do Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), sobre o tema “Paris, principal plataforma de produção e difusão da música do mundo: o caso da recepção da música brasileira em França”. O músico angolano Carlos do Nascimento e o francês Alain Sarragosse também falam sobre o assunto.
O musicólogo realiza ainda, no dia 13, à mesma hora, outra dissertação sobre “A circulação musical entre o Brasil e Angola”, que tem como convidados os músicos Filipe Zau e Dionísio Rocha. Jomo Fortunato é o moderador das duas prelecções. O programa de actividades do produtor brasileiro inclui ainda a participação, dia 16, às 21h00, no concerto “Encontro Samba-Semba”, no Cine Teatro Nacional, em Luanda, num dueto com a Banda Maravilha.
As actividades são promovidas pela Alliance Française de Luanda, em parceria com a Casa de Cultura Brasil-Angola e as Embaixadas da França e do Brasil em Angola.
Ricardo Vilas Boas Rego está a fazer um doutoramento em Antropologia Social, em duas instituições académicas: a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, e o seu objecto de estudo é “A circulação musical entre o Brasil e Angola”.
No quadro destas pesquisas, Ricardo Vilas veio a Luanda, onde fica durante um mês. Além das diversas actividades musicais, está a entrevistar pesquisadores, artistas, produtores, programadores angolanos, trabalho semelhante ao que já tem feito no Brasil. O produtor explicou ainda que as entrevistas e as actividades por ele realizadas são, sempre que possível, objecto de captação de som e de imagem, para a edição de um documento audiovisual.
Mestre em Etnomusicologia pela Universidade de Paris, Ricardo Vilas é músico, compositor, instrumentista, produtor e director musical, com 40 anos de carreira e 24 discos no mercado.
Participou em festivais, na década de 60, tendo-se sagrado vencedor de algumas edições do Festival de Música Popular Brasileira, da Record, com a canção “Ponteio”. Um ano depois, foi preso pela ditadura militar e expulso do Brasil, tendo ficado exilado em França, onde realizou vários concertos entre 1972 e 1974, e cimentou a sua carreira na Europa.
Foi director musical de várias telenovelas e séries de televisão, entre os quais “Sítio do Picapau Amarelo”, “Roque Santeiro” e “Selva de Pedra”, da TV Globo. Além da sua actividade académica como doutorando, Ricardo Vilas é um músico que possui uma longa trajectória e ocupa actualmente o cargo de director musical da Empresa Brasil de Comunicação.