O ministro da Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje que a União Europeia tem de “estar atenta” ao “enorme esforço” que os portugueses têm feito nos últimos 18 meses para cumprirem as obrigações entre o Estado e a ‘troika’.
“Os portugueses têm feito um esforço extraordinário, têm sido exemplares no cumprimento de um memorando traçado com entidades externas”, disse Pedro Mota Soares na Conferência Internacional sobre Envelhecimento e Inovação Social, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Dirigindo-se ao comissário europeu para o Emprego, Inclusão e Assuntos Sociais, Lászlo Andor, presente na conferência, Mota Soares afirmou que a União Europeia “tem de estar atenta ao esforço dos países que tem feito um ajustamento de forma exemplar” e compreender o momento que os portugueses atravessam.
À margem da conferência, o ministro salientou o esforço que tem sido feito para reforçar a coesão social: “Num ano com um orçamento muito difícil, mesmo assim, foi possível encontrar verbas para reforçar um pouco o contributo para as instituições sociais que estão próximas das pessoas”.
Segundo Pedro Mota Soares, o Estado gasta 1,2 mil milhões de euros na comparticipação de todas as respostas sociais, mas, afirmou, “o Estado sozinho teria de gastar muito mais sem chegar a uma resposta tão eficiente”.
Pedro Mota Soares disse ainda que “o Governo foi sensível ao apelo dos partidos da maioria” e garantiu o mesmo nível contributivo para os trabalhadores independentes.
“A coesão social é o nosso maior ativo e, exatamente por isso, o diálogo social tem de estabelecer pontes na concertação social”, afirmou na conferência.
Na conferência, o comissário europeu Lászlo Andor reconheceu que Portugal “a passar por um momento difícil”, reconhecendo que os esforços devido à crise “são complexos” e coincidem com mudanças demográficas na Europa, que passam por uma população mais envelhecida que apresenta mais desafios a nível laboral, dos serviços sociais e da saúde.
Para Lászlo Andor, é preciso garantir que as pessoas, à medida que envelhecem, possam continuar a contribuir para a sociedade.
“Precisamos de permanecer ativos nas nossas comunidades”, frisou o comissário europeu, defendendo a necessidade de promover uma política de envelhecimento ativo que seja de inclusão, e não de exclusão, e que capacite, em vez de ser condescendente.
O comissário adiantou que o aumento da esperança de vida exige ajustamentos para garantir as pensões, sublinhando, contudo, que “a reforma das pensões é uma questão espinhosa. Muitas pessoas sentem que as reformas em curso lhes tiram direitos para os quais trabalharam arduamente”.
FONTE: IONLINE