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    Mísseis hipersónicos da Rússia: O que precisa de saber

    A Rússia usou armas hipersónicas na Ucrânia. Os mísseis são extremamente rápidos e podem evitar a deteção por mais tempo do que os mísseis balísticos convencionais.

    Na quinta-feira, 9 de março, a Ucrânia foi alvo de um dos bombardeamentos mais pesados de Moscovo, quando a Rússia atacou alvos em todo o país.

    As forças de defesa ucranianas denunciaram que a Rússia usou mísseis hipersónicos nos ataques. As autoridades de Kiev disseram que, pelo menos, nove civis foram mortos em ataques com esse tipo de mísseis na capital e em outros lugares, incluindo a cidade oriental de Kharkiv e algumas aldeias na região ocidental de Lviv.

    Moscovo já usou mísseis hipersónicos antes, nomeadamente nas primeiras semanas da guerra, em 2022. O que distingue os mísseis supersónicos dos convencionais? Eis alguns dados relevantes sobre a matéria:

    Os mísseis hipersónicos são armas invencíveis?
    “Invencíveis.” Foi assim que o presidente russo, Vladimir Putin, classificou os mísseis hipersónicos em 2018, quando revelou o arsenal de mísseis de seu país.

    Talvez fosse uma expressão exagerada, lançada para fins propagandísticos, mas havia algum elemento de verdade nelas. Os mísseis hipersónicos diferem das armas balísticas convencionais, na medida em que são mais difíceis de capturar pelos sistemas de defesa antimísseis. Tudo se resume a dois fatores: velocidade e altitude.

    Quão rápidos são os mísseis hipersónicos russos?
    Os mísseis hipersónicos voam cinco a dez vezes mais rápido do que a velocidade do som. Essa velocidade é medida em “mach”, sendo que, neste caso, a velocidade dos mísseis é de mach 5 a mach 10. Não há velocidade fixa do som, porque ela depende de diferentes variáveis, ou seja, o meio e a temperatura do meio através do qual um objeto ou onda sonora se move.

    Como comparação, o avião comercial Concorde voava a cerca de duas vezes a velocidade do som. O Concorde era uma aeronave supersónica que tinha uma velocidade máxima de cruzeiro de 2.180 km/h, ou mach 2,04. Os mísseis hipersónicos são, pelo menos, três vezes mais velozes.

    Os mísseis que a Rússia usou nos ataques à Ucrânia são conhecidos como “Kinzhals” ou “adagas”. Têm 8 metros de comprimento.

    Alguns especialistas dizem que esse tipo de míssil voa a uma velocidade de até 6.000 quilómetros por hora, o que seria em torno de mach 5. Outros dizem que voa a mach 9 ou até mach 10.

    De qualquer forma, pode dizer-se que é muito rápido; tão rápido que “a pressão do ar na frente da arma forma uma nuvem de plasma enquanto ela se move, absorvendo ondas de rádio”, explicam os especialistas em armas do site norte-americano military.com.

    Isso torna o “Kinzhal” e outras armas hipersónicas muito difíceis de detetar nos sistemas de radar, um efeito potenciado com a sua baixa altitude de vôo.

    Baixa altitude de vôo
    Os mísseis hipersónicos voam a uma altitude muito menor do que os mísseis balísticos convencionais. Seguem o que é conhecido como uma trajetória balística atmosférica baixa. Isso significa que, no momento em que um sistema de defesa antimísseis baseado em radar os deteta, estão já tão perto do seu alvo que, em muitos casos, é tarde demais para intercetá-los.

    Além disso, mísseis hipersónicos podem mudar de direção durante o voo.

    Qual é o alcance dos mísseis hipersónicos?
    Os mísseis hipersónicos usados ​​pela Rússia na Ucrânia são lançados de aeronaves. Outras armas hipersónicas podem ser implantadas em navios e submarinos. E eles são capazes de carregar ogivas nucleares.

    Os mísseis tipo Kinzhal podem atingir um alvo a até 2.000 quilómetros de distância. Outros mísseis hipersónicos têm um alcance de cerca de 1.000 quilómetros.

    Se mísseis hipersónicos estivessem estacionados no território russo de Kaliningrado, isso colocaria várias capitais europeias ao seu alcance. Kaliningrado é separada da Rússia continental e faz fronteira com a Polónia, a Lituânia e o Mar Báltico. A capital alemã, Berlim, fica a menos de 600 quilómetros de distância.

    Mas alguns analistas dizem que, apesar das vantagens dos mísseis hipersónicos sobre as armas balísticas convencionais, a Rússia não os usará indiscriminadamente.

    O general da Força Aérea dos Estados Unidos da América, Glen D. VanHerck, disse a um subcomité dos Serviços Armados do Senado dos EUA, em maio de 2022, que a Rússia enfrenta “problemas com alguns dos seus mísseis hipersónicos no que diz respeito à precisão” na Ucrânia.

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    FonteDW

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