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    Maria Ressa, jornalista premiada com Nobel da Paz, recusa-se “a ficar de braços cruzados”

    A jornalista Maria Ressa, galardoada esta tarde com o prémio Nobel da Paz, em Oslo, continua a ser perseguida nas Filipinas pelo regime de Duterte, estando ainda à espera da decisão de sete processos que a podem condenar a 100 anos de prisão por relatar a situação vivida no país. Em entrevista à RFI, Maria Ressa diz que não vai cruzar os braços.

    “Nos últimos dois anos, não me deixaram viajar quatro vezes. Cada vez, tenho que pedir autorização a quatro tribunais diferentes, que são responsáveis ​​pelos sete processos judiciais contra mim. Se eu for condenada nesses sete casos, corro o risco de ter de cumprir até 100 anos de prisão!”, explicou Maria Ressa em entrevista à jornalista da RFI Heïke Schmidt.

    A jornalista soube só esta semana que iria conseguir ir a Oslo receber o Nobel da Paz, reiterando o clima de perseguição de que é vítima no seu país, as Filipinas, sob o domínio de Rodrigo Duterte.

    “Para ser sincera, nunca sei o que posso esperar. Mas eu continuo a reivindicar os meus direitos, recuso ficar de braços cruzados, porque eu sei que tenho o direito de viajar. Estou feliz hoje, porque tinha a espectativa de conseguir sair. Ao mesmo tempo, sinto que algo como ‘poluição no ar’. Você tem direitos, mas só porque é jornalista, está a ser privada deles. Portanto, é preciso lutar para poder usufruir dos direitos mais básicos, como o direito de viajar. Dito isso, não me vou queixar (risos) porque afinal vou voar para Oslo”, afirmou.

    A premiação aconteceu esta tarde e Maria Ressa foi agraciada em conjunto com Dmitri Muratov, chefe de redação do jornal independente Novaïa Gazeta.

    No seu discurso, Maria Ressa falou contra os gigantes de tecnologia americanos que permitem um “lodo tóxico” que alimenta o poder de dirigentes autoritários em todo o Mundo.

    “Com o seu poder quase divino, a tecnologia permitiu ao vírus da mentira de infectar-nos, pôr-nos uns contra os outros, fez sair os nossos principais medos, a nossa raiva e ira, preparando o terreno para os dirigentes autoritários de ditadores, Precisamos transformar esta violência, este lodo tóxico que percorrem o nosso ecossistema de informação”, disse a jornalista.

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    FonteRFI

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