No seu espaço de comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa comentou os últimos acontecimentos sobre a tragédia do Meco, criticando as declarações do secretário do Estado Emídio Guerreiro e a posição dos portugueses nas redes sociais. Marcelo comentou ainda outros assuntos da atualidade como o desaparecimento de Rui Pedro e os cortes nas bolsas de investigação.
A um dia dos familiares das vítimas do Meco avançarem com o pedido na justiça para serem seres assistentes no processo, tendo já advogado comum, Marcelo Rebelo de Sousa comentou a tragédia que trouxe à baila novamente o tema das praxes e destacou o papel fundamental dos pais dos jovens.
Para o professor o tema ganhou destaque pelo facto de as “pessoas se identificarem” e pela carga “emotiva” que porta, contudo, criticou algumas das mais recentes declarações proferidas sobre o assunto, com destaque para o secretário do Estado, classificando a sua intervenção como “desastrosa”, pois “se não sabe as coisas, deve estar calado”.
A entrevista de Manuel Damásio foi também criticada pois, defende o professor, as declarações foram “infelizes” e “aquilo que disse deu a entende que tem medo da praxe”.
Já as declarações das associações académicas foram vistas como “sensatas” assim como as reuniões levadas a cabo pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.
Crato quando convocou a reunião sabia que não ia muda a lei do Pais. Já sabia que as universidades são autónomas. Mas a reunião tem valor por sensibilizar as associações de estudantes, os reitores e as instituições para os riscos de abusos nas praxes.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda que nas “redes sociais circula a ideia de que não se deve falar” sobre o assunto, que é “segredo”.
No início do seu comentário, o social-democrata foi questionado sobre a posição de Cavaco perante o referendo e defendeu que o “Presidente recebe normas e tem que as enviar imediatamente para o Tribunal Constitucional (TC)”, cabendo depois a esta instituição dizer “se levanta ou não problemas e só depois Presidente da República se pronuncia”. “Não fazia sentido formular já a sua opinião”, destacou.
No que toca à polémica dos cortes nas bolsas de investigação, o comentador diz que o “Governo já saiu mal com cortes nas bolsas”, pois “não se soube explicar e fica a sensação de que o Governo não percebe a importância da investigação científica”
“A diferença entre Portugal e Irlanda é o nível de qualificação entre os jovens, em média, eles [irlandeses] tem uma preparação académica melhor. Quando se pensa na saída da crise, a aposta é na educação e na ciência”, frisou.
Ainda neste pequeno espaço de comentário, o professor confessou ser um “otimista” e acreditar que Rui Pedro continua vivo revelando ainda que, em tempos, a mãe do jovem o tinha contactado para pedir uma opinião, na qualidade de advogado, do que poderia ter acontecido ao seu filho. (noticiasaominuto.com)