Luanda – O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) deve ter a flexibilidade suficiente para atender todos os sectores, não obstante vir a priorizar o hoteleiro, e enquadrar uma equipa de trabalho capaz de perceber a aplicação deste instrumento, advertiu hoje, em Luanda, o professor doutor Manuel Ennes.
Em entrevista à imprensa à margem de um seminário sobre “economia e gestão”, promovido pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (FECUAN), o especialista disse que só assim se conseguirá dar a real utilização ao FSDEA e evitar que se deturpe o conceito de fundo soberano e sua função social.
“O fundo deve ter a flexibilidade suficiente para atender todos os sectores, não obstante vir a priorizar o hoteleiro. De igual modo, integrar na equipa pessoas capazes de perceber a aplicação desta ferramenta, associada ao risco, e para que possam evitar a deturpação do conceito e sua funcionalidade”, sublinhou.
O docente do Instituto Superior de Economia de Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (Portugal) acrescentou que o fundo soberano é uma aplicação que segue algum interesse, e que o turismo em África é um sector do futuro.
No caso concreto de Angola, disse, o fundo soberano enquadra-se naquilo que é a experiência geral.
“Os fundos soberanos têm duas vertentes fundamentais: uma de estabilização e outra de desenvolvimento. O de Angola, com base no que eu me apercebi, faz mais uso do segundo caso, em termos de funcionalidade aplicada. E Aliás uma das vertentes do fundo soberano nos últimos tempos/anos tem sido mais a do desenvolvimento” – frisou.
Os fundos soberanos, argumentou Manuel Ennes, inicialmente eram muito direccionados para a questão da aplicação financeira e a utilização dos fundos quando necessário para ajudar a estabilização da economia em vários domínios.
De acordo com o interlocutor, que no seminário abordou o tema sobre “a importância do fundo soberano para o desenvolvimento socio-económico”, actualmente há uma junção das duas vertentes, mas o domínio do desenvolvimento é de facto uma das características recentes. (portalangop.co.ao)