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    Malawi repete eleições presidenciais após fraudes

    Em plena pandemia de Covid-19, o Malawi realiza esta terça-feira (23.06) novas eleições presidenciais, depois da anulação das anteriores devido a fraudes detectadas na reeleição de Peter Mutharika, no ano passado.

    O país no sudeste de África e vizinho de Moçambique é o segundo do continente africano a cancelar eleições para o mais alto cargo da nação, depois do Quénia, em 2017.

    O novo ato eleitoral tem como principais candidatos novamente Peter Mutharika, com 79 anos e no poder desde 2014, e o rival Lazarus Chakwera, com 65 anos. O terceiro candidato, Peter Kuwani, apresenta poucas hipóteses de atrapalhar o frente-a-frente de Mutharika e de Chakwera.

    A Comissão Eleitoral proclamou Mutharika vencedor das eleições de 21 de maio de 2019, com 38,57% dos votos, quase 160 mil a mais do que os obtidos por Chakwera, com 35,41%.

    No entanto, Chakwera e outros candidatos consideraram os resultados fraudulentos, apontando irregularidades em numerosos boletins de votos.

    Durante vários meses, o Malawi, habitualmente um país pacífico, teve nas ruas manifestações da oposição, com casos de violência com as forças da ordem e diversas audiências perante o Tribunal Constitucional.

    Para surpresa geral, os juízes anularam em Fevereiro o escrutínio, confirmando “irregularidades generalizadas e sistemáticas”.

    O chefe de Estado denunciou então “um golpe de Estado judiciário” e recorreu, mas a decisão de repetição do ato eleitoral foi confirmada em maio.

    Campanha em plena pandemia

    Apesar da pandemia de Covid-19, tanto Mutharika como Chakwera participaram em várias acções de campanha, multiplicando contactos com milhares de apoiantes, à revelia de todas as regras sanitárias.

    Mais de 600 casos de Covid-19, incluindo oito mortos, foram identificados até ao momento no Malawi, um dos países mais pobres do planeta. Segundo o Banco Mundial, mais de metade dos seus 17 milhões de habitantes vive abaixo da linha de pobreza.

    Em Abril, milhares de cidadãos, que sobrevivem de negócios quotidianos e do comercio informal, saíram às ruas para se oporem ao confinamento decretado por Peter Mutharika para impedir a propagação do novo coronavírus.

    O sistema judicial decidiu suspender a ordem presidencial por tempo indeterminado, com o argumento de que não previa qualquer ajuda a quem seria privado dos seus rendimentos.

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    FonteDW

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