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    Mais de 70 mil participam da marcha em homenagem a Boris Nemtsov em Moscovo

    Marcha foi em homenagem ao opositor Boris Nemstov reuniu 70 mil pessoas (RFI)
    Marcha foi em homenagem ao opositor Boris Nemstov reuniu 70 mil pessoas (RFI)

    Mais de 70 mil pessoas participaram neste domingo (1°) da marcha organizada em Moscovo em homenagem ao opositor Boris Nemtsov, assassinado na sexta-feira (27) a tiros em uma ponte próxima ao Kremlin. O número de participantes foi estimado por um dos organizadores, Alexandre Rikline, porém a polícia afirma que havia cerca de 16 mil manifestantes. A marcha substituiu a manifestação política, que seria comandada por Nemtsov, contra a crise económica e os conflitos na Ucrânia.

    Os participantes carregavam cartazes com frases como “Morreu pelo futuro da Rússia” e “Lutou por uma Rússia livre”. As entradas das estações de metro próximas à concentração da marcha ficaram inacessíveis devido à multidão. Os manifestantes passaram pela Grande Ponte de Pedra, agora coberta de flores, onde Nemtsov foi assassinado.

    Em São Petersburgo, segunda maior cidade do país, cerca de 6 mil pessoas se reuniram para protestar contra o assassinato. Alguns participantes levavam a bandeira da Ucrânia. “Carrego a bandeira porque Nemtsov lutou pelo fim da guerra na Ucrânia e foi assassinado por isso”, disse Vsevolod Nelayev.

    Choque no Ocidente

    O assassinato de Nemtsov, que foi vice-primeiro-ministro no governo do presidente Boris Iéltsin entre 1997 e 1998, chocou os líderes das potências ocidentais. A chanceler alemã Angela Merkel disse estar “consternada” com o “assassinato covarde” de Nemtsov. O líder francês, François Hollande, disse que o político russo era “um defensor valente e incansável da democracia”.

    O presidente norte-americano Barack Obama chamou o crime de “brutal” e disse esperar uma investigação transparente por parte das autoridades russas. “Admirava a valente luta contra a corrupção empreendida por Nemtsov”, disse Obama. A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherine, disse que o bloco está “indignado com a morte brutal” e que espera que as autoridades russas ajam rapidamente, de forma “completa e transparente” para encontrar os culpados.

    O presidente russo Vladimir Putin afirmou que fará o possível para punir os assassinos e enviou uma mensagem de condolências para a mãe de Nemtsov. No sábado (28), moradores de Moscovo começaram a depositar flores nos arredores do local do assassinato.

    Investigações continuam

    As investigações prosseguem, mas os assassinos ainda não foram localizados. “Não há nenhuma dúvida de que este crime foi minuciosamente planejado, assim como o lugar escolhido para cometê-lo”, afirmou o comité de investigação que se ocupa do caso. Tudo indica que a arma utilizada era uma pistola Makarov, usada pelas forças policiais e pelo exército russo.

    Os investigadores também encontraram no local seis balas de calibre 9mm de diferentes fabricantes, o que torna mais difícil rastrear sua origem. “Boris Nemtsov se dirigia com sua companheira para seu apartamento, situado não muito longe dali. É evidente que os criminosos conheciam o seu trajecto”, conclui o comunicado do comité. Testemunhas do crime já teriam sido interrogadas.

    Porochenko: “Não foi por acaso”

    Imediatamente após o assassinato, uma outra figura da oposição, Ksenia Sobchak, disse que Nemtsov estava trabalhando em um relatório que denunciaria a presença das Forças Armadas russas na Ucrânia, o que sempre foi negado pelo Kremlin, apesar das evidências.

    O presidente ucraniano Pedro Porochenko tratou de estabelecer a ligação entre a morte de Nemtsov e a situação de seu país: “Ele era uma ponte entre a Ucrânia e a Rússia, e esta ponte foi destruída pelos tiros de um assassino. Não acho que tenha sido por acaso”.

    Segundo analistas, embora costumasse publicar relatórios denunciando a corrupção no país, a oposição estava tão fraca que Nemtsov não representava nenhum tipo de ameaça real ao presidente Putin. No entanto, muitos responsabilizam Putin por ter criado um clima de caça às bruxas no país, com frequência classificando a oposição de traidora da nação, o que poderia ter incentivado os assassinos de Nemtsov. (rfi.fr)

    por Sandro Fernandes

     

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