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    Maioria absoluta para CDU de Merkel na Alemanha, projecções à boca de urna

    (Foto: Foreign Policy)
    (Foto: Foreign Policy)

    Partido de Angela Merkel com 42%, segundo sondagens à boca das urnas. Há dúvidas se o FPD, para já com 4,7%, entra no Parlamento. ARD projecta mesmo possível maioria absoluta, inédito na política alemã das últimas décadas

    Os democratas-cristãos de Angela Merkel foram o partido mais voltado das legislativas alemãs deste domingo, segundo as sondagens à boca das urnas e resultados preliminares, está taco a taco com o conjunto da oposição e chegou a ser projectada uma maioria absoluta, que não acontece na Alemanha desde 1957 (Konrad Adenauer).

    Com cerca de 42%, mais do que as sondagens vinham a prever – na sede do partido em Berlim, a casa quase vinha abaixo com aplausos quando foram conhecias as primeiras projecções. Os resultados preliminares dão espaço para muitas incertezas – maioria absoluta, grande coligação, tudo depende também do resultado dos liberais.

    O FDP, parceiro de coligação de Merkel, não parece conseguir passar a barreira dos 5%. Terão, ainda segundo esta sondagem à boca das urnas, 4,7% dos votos – a confirmar-se o resultado, ficarão fora do Parlamento, não sendo possível assim participarem numa coligação de Governo.

    Os sociais-democratas terão obtido 26%. O partido de esquerda Die Linke 8,5% e os Verdes 8% – segundo aplauso da noite, porque tornava impossível a coligação “natural” SPD-Verdes. Mas o maior aplauso veio ainda a seguir com os 4,9% do partido antieuro Alternativa para a Alemanha (AfD), que se não chegar aos 5%, não entra no Parlamento.

    Uma longa noite

    Mas com resultados tão próximos dos limites, em especial no caso dos liberais e AfD, os media alemães estão a prever uma longa noite.

    Nas eleições de 2009, a CDU obteve 33,8% (subiu portanto cerca de 8%) e os liberais 14,6% (descida de cerca de 10%). Os sociais-democratas tinham tido o seu pior resultado, 23%, em 2009, Die Linke tinha tido 11,9% e Verdes 10,7%.

    Já segundo as projecções da ZDF, a CDU terá 301 deputados num Parlamento de 606 – é incrível porque quase chega a maioria absoluta (o Parlamento alemão tem sempre um número variável de deputados, porque tem um sistema misto de dois votos, um directamente em candidatos de círculos eleitorais e outro no partido, e quando há mais candidatos eleitos directamente do que a percentagem de um partido, ficam assim com os chamados Überhangmandate, mandatos a mais – mas como este sistema beneficiava os grandes partidos, este ano há os Ausgleichmante, que pretendem equilibrar os outros). A ARD projectou entretanto mesmo uma maioria absoluta para a CDU – 303 deputados em 599, mas a mais recente previsão era de 298 deputados num parlamento de 598 para a CDU e 300 para SPD, Verdes e Die Linke.

    “Angie! Angie!”

    Angela Merkel não demorou a vir cumprimentar os seus apoiantes e congratular-se com o “super resultado”. Recebida com gritos entusiastas “Angie! Angie!”, agradeceu a todos – e em especial ao marido, que estava ao lado do palco, e olhou pouco à vontade para as câmaras que se viraram para si (foi uma raríssima aparição do marido de Merkel num evento político).

    Ainda é cedo para falar de coligações, disse a chanceler. A sala continua num ambiente eufórico, há jovens a saltar e a cantar, saboreando a vitória eleitoral como se estivessem num jogo de futebol. Com ou sem maioria absoluta, este é já o melhor resultado para a CDU desde as eleições de 1990, as primeiras depois da reunificação.

    Uma das particularidades do sistema político alemão é que devido ao limite de 5%, a percentagem para uma maioria absoluta é a relação entre os diferentes partidos que ultrapassam esta percentagem e entram no Parlamento. Assim, a CDU tem cerca de 42%, e a oposição 42,5% – uma diferença não muito grande, que se fosse em sentido sentido contrário poderia mesmo o partido de Merkel a ter uma maioria absoluta, uma hipótese quase incrível já que não acontece na Alemanha há mais de 50 anos.

    A participação nas eleições deste domingo foi de 72,3%, mais do que em 2009, quando tinha caído para um mínimo de 70%. (publico.pt)

    Por MARIA JOÃO GUIMARÃES (Berlim), Edição de Portal de Angola

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