Júlio Mendonça, líder da maior central sindical da Guiné-Bissau, União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), disse hoje estar a ser alvo de ameaças contra a sua integridade física por parte de desconhecidos e anunciou a realização de uma marcha de protesto contra a política do governo marcada para o próximo sábado.
Definitivamente, a central sindical guineense UNTG e o Governo estão de costas voltadas, sendo que há muito que as relações entre sindicato e o executivo têm vindo a azedar.
Agora, Júlio Mendonça diz que está a ser alvo de ameaças à sua vida e que todos os dias há pessoas não identificadas a passar diante da sua residência em Bissau, em autênticos ralis com motos e carros.
Júlio Mendonça afirma que é tudo uma estratégia de o fazer calar perante as denúncias que tem feito às arbitrariedades por parte do Governo.
A UNTG tem estado a denunciar que o Governo, sem que tenha feito aumento de salários aos funcionários públicos, criou cinco novos impostos e ainda quer dar subsídios avultados aos titulares de órgãos de soberania.
“Ouvi alguém a dizer no parlamento que o presidente do parlamento e os deputados devem ganhar igual aos colegas dos países vizinhos, mas quero perguntar quanto ganha um professor ou um médico no Senegal ou na Gâmbia”, diz o líder sindical.
No próximo Sábado, dia 16 de Janeiro, a UNTG projecta realizar uma manifestação de rua, que vai sair da localidade da chapa de Bissau até a sua sede no centro da capital guineense.
A manifestação, diz Mendonça, servirá para demonstrar o desagrado dos trabalhadores com a desorganização do Estado e ainda pedir ao Presidente Umaro Sissoco Embalo para que vete a proposta do Orçamento Geral do Estado no que diz respeito aos subsídios e novos impostos.