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    Liberdade de imprensa em seu nível mais baixo em 10 anos

    Jornalistas tunisianas protestam pela liberdade de imprensa, em Túnis, no dia 17 de outubro de 2012 (Foto de Fethi Belaid/AFP/Arquivos)
    Jornalistas tunisianas protestam pela liberdade de imprensa, em Túnis, no dia 17 de outubro de 2012 (Foto de Fethi Belaid/AFP/Arquivos)

    A liberdade de imprensa no mundo vive seus níveis mais baixos em dez anos, afectada pelas legislações baseadas na segurança, na intimidação e na ingerência de proprietários de meios de comunicação, segundo um documento que destaca Cuba e Venezuela como exemplos graves.

    O Brasil ficou entre os países classificados que possuem uma imprensa parcialmente livre e teve citados os casos de agressões contra jornalistas durante os protestos de 2013.

    O trabalho da organização de defesa dos direitos humanos Freedom House divulgado nesta quarta-feira revela que os “jornalistas enfrentaram em 2014 uma intensificação das pressões provenientes de todo lado”.

    “Os governos utilizam as leis baseadas na segurança e de luta contra o terrorismo como pretexto para calar as vozes críticas, os grupos de pressão e os grupos criminosos utilizam tácticas cada vez mais descaradas para intimidar os jornalistas, e os proprietários de meios de comunicação tentam manipular o conteúdo das informações em favor de seus interesses políticos e económicos”, advertiu a organização.

    Uma das “evoluções mais preocupantes” foi a mobilização dos países democráticos ante o aumento de propaganda dos regimes autoritários e dos grupos activistas, explicou Jennifer Dunham, responsável pelo estudo.

    “O perigo é que em vez de impulsionar um jornalismo honesto e objectivo e a liberdade de informação como um antídoto adequado, as democracias recorram à censura e a sua própria propaganda”, prosseguiu.

    Do total de 199 países e territórios analisados para o documento, 63 foram classificados de livres para os meios de comunicação, enquanto 71 foram descritos como parcialmente livres e 65 não livres.

    Particularmente no continente americano, de um total de 35 países, 15 foram assinalados como parcialmente livres e cinco como não livres: México, Cuba, Venezuela, Equador e Honduras.

    “Estes países receberam suas piores classificações em termos de liberdade de imprensa em uma década”, destaca o texto.

    “Na América Latina apenas 2% da população vivem em ambientes onde existe liberdade de imprensa”, afirma ainda, citando Uruguai e Costa Rica como exemplos.

    A Freedom House destacou a situação de Cuba, onde, apesar da abertura das relações com Washington, “ainda havia jornalistas atrás das grades e a censura continua sendo generalizada”. Classificação: 91, em uma escala onde 100 indica nenhuma liberdade e 0 a maior liberdade possível.

    No ranking, o Brasil levou a nota 45, de parcialmente livre.

    Os países da região que sofreram quedas mais pronunciadas foram a Venezuela (segunda no ranking atrás Cuba, e que passou de 78 a 81 pontos) e Honduras (64 a 68), enquanto que o Equador passou de 62 a 64.

    Em termos globais, apenas 14% dos habitantes do planeta vivem em um país com uma imprensa livre, 42% em um país com uma imprensa parcialmente livre e 44% em países que não autorizam a liberdade de imprensa, revelou a Freedom House.

    A avaliação sobre os Estados Unidos caiu devido às prisões, ao assédio e aos tratamentos brutais aplicados aos jornalistas pela polícia durante as manifestações, por vezes violentas, em Ferguson, Missouri (centro).

    O retrocesso também foi observado no continente americano em Honduras, Peru, Venezuela, México e Equador.

    A Europa é a melhor aluna, mas também a região que piorou mais em 10 anos devido, sobretudo, ao tratamento que os jornalistas na Rússia recebem.

    A organização ressaltou a piora da situação na China, onde “as autoridades reforçaram o controle dos meios de comunicação”, e as condições difíceis em Síria, Argélia, Nigéria e Etiópia.

    A Tunísia “registou a melhor nota de todos os países árabes”, ressaltou a Freedom House, declarando que apenas 5% dos habitantes da região Ásia-Pacífico gozam de uma imprensa livre e 2% o fazem nos países do Oriente Médio e da África do Norte. (afp.com)

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