Sporting qualificou-se para os quartos de final da Liga Europa. Apesar da derrota na República Checa (1-2), leão aproveitou vantagem da primeira mão (2-0).
Qualquer previsão para este encontro saiu totalmente ‘furada’, porque nem a melhor ‘bola de cristal’ podia prever um jogo assim. O Sporting chegou à República Checa com uma vantagem confortável, mas cedo se percebeu dos apuros que o leão ia atravessar: Bakos aos seis minutos reduziu a desvantagem. Uma desvantagem anulada na segunda parte pelo mesmo Bakos. E se Baco é o deus do vinho é caso para dizer que este leão andou ‘embriagado’ praticamente durante todo o jogo.
Perto do final do tempo regulamentar, Bas Dost ainda falhou uma grande penalidade. E mais do que a felicidade, a ‘paz’ só chegou ao reino do leão aos 105+1 quando Battaglia se impôs de cabeça à defesa checa. O Sporting reentra em ação nos dias 5 e 12 de abril para os quartos-de-final da Liga Europa.
Leão caiu na ‘armadilha’ checa
O Sporting entrou na Doosan Arena com uma vantagem confortável no marcador. Mas à vontade nem sempre se traduz à ‘vontadinha’ e este leão decidiu brincar com a ‘sorte’ na República Checa. Tal como em Chaves, Jorge Jesus apostou em Rodrigo Battaglia na lateral direita, todavia sem poder contar com Coates e William (castigados), subiram ao ‘tapete’ verde André Pinto e Petrovic.
E a defesa leonina andou num rodopio nos primeiros minutos de jogo. Aos cinco minutos, uma falha de comunicação entre Rui Patrício (capitão no jogo desta quinta-feira) e André Pinto resultou num pontapé de canto para o Vitoria Plzen. E foi esta bola parada que originou o golo madrugador da formação anfitriã.
Kovaric cruzou com o pior pé para a pequena área verde e branca e com uma defesa ‘leonina’ aos papeis subiu mais alto o eslovaco Marek Bakos que arrombou sem dificuldade o ‘cofre’ de Alvalade.
Marek Bakos que foi uma surpresa no ‘onze’ escalado por Pavel Vrba, uma vez que deixou de fora o seu melhor goleador Michael Krmencik.
O emblema de a cidade de Pilsen decidiu pautar o encontro num ritmo baixo e o leão deixou-se contagiar por esta apatia: a baliza de Ales Hruska foi quase uma ‘miragem’ na etapa inicial e só esteve realmente em perigo. Ao minuto 39, após uma excelente jogada de Bruno Fernandes apareceu Bryan Ruiz no coração da área a falhar, isolado, um golo ‘cantado’.
E remates foi elemento raro nos primeiros 45 minutos: em 189 jogos só por uma vez se tinha rematado tão pouco (no encontro entre o Áustria Viena e o AEK).
Lentidão deu origem à depressão
O Sporting regressou dos balneários ainda pior, se tal cenário era possível. Mas na verdade tornou-se uma realidade. Se a pontaria de Bryan Ruiz foi terrível na primeira parte, o que dizer de Acuña? O argentino falhou escandalosamente dois golos praticamente feitos: primeiro a bola vai ao poste esquerdo e depois a ‘redondinha’ sobra novamente para o argentino que atira para as nuvens. Incrível!
Outra história cantaria se a bola do sul-americano tem entrado, a verdade é que não entrou e daqui nasceu um episódio mais negro. Aos 63 minutos, Mathieu afastou mal e surgiu um cruzamento da direita, para o coração da área leonina, onde estava Havel, que cabeceou a rasar a barra.
Primeiro aviso e depois lá chegou a má notícia: Bakos a bisar no encontro. Reznik aproveitou a clareira entre Mathieu e Coentrão para lançar a corrida de Havel, que entrou na área e cruzou, rasteiro, sem pedir licença. Bakos antecipou-se a André Pinto e encostou para o igualar da eliminatória.
Abriram-se ‘crateras’ na grande área de Rui Patrício e na baliza contrária o ‘desespero’ deu lugar à ‘agonia’. Ao minuto 90, Bas Dost foi derrubado na grande área e quando tudo parecia encaminhar-se para um final perfeito…. Nada disso aconteceu. O holandês estranhamente decidiu não resolver a eliminatória e falhou na marca dos 11 metros. E assim veio o prolongamento.
Leão acordou do ‘coma’ graças ao multifunções do Sporting
Que começou com mais um ‘susto’: Havel entrou pela direita, tem espaço para tudo e só uma belíssima intervenção de Rui Patrício impediu o golo do Viktoria. Sete minutos depois brilhou Hruska que ‘voou’ de forma extraordinária a um cabeceamento de Bryan Ruiz, mas à semelhança da primeira parte o costa-riquenho podia ter feito bem melhor.
Todavia, a sucessão de ‘espinhos’ teve um fim e o golo do Sporting ‘floriu’ na última jogada da primeira parte do prolongamento: Battaglia subiu mais alto que a defesa checa e arrancou o golo do descanso. O golo que acabou com o ‘sufoco’ do leão. Um ‘sufoco’ que tem de servir de lição para os quartos de final da Liga Europa.
Afinal nem todas as histórias têm um final feliz e para ganhar a guerra não basta ter uma ‘Battaglia’ conquistada. (Noticias ao Minuto)
por Ricardo Santos Fernandes e Luís Alexandre