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    Kinguilas cobram 10% e “substituem” multicaixas nos levantamentos de notas

    Os kinguilas de vários bairros de Luanda estão a ceder notas de kwanzas aos clientes dos bancos comerciais que estão a ter dificuldades em levantar dinheiro nos multicaixas, cobrando-lhes 10% sobre o montante movimentado, apurou o Expansão numa ronda pela cidade de Luanda.

    Face às filas intermináveis para levantar dinheiro nos multicaixas, uma situação que tem sido comum um pouco por toda a cidade, mas que se agravou com o aproximar do Natal, muitos têm sido os cidadãos que acabam por recorrer a estes “prestadores de serviços” informais.

    As longas filas nos ATMs dos bancos comerciais chega a trazer pessoas do Cacuaco à procura de notas na cidade de Luanda e resulta da falta de notas e até mesmo da inoperacionalidade de algumas das máquinas de pagamento automáticas.

    Os mesmos relatos surgiram de particulares e empresários que operam nas províncias de Benguela, Namibe, Huíla e Cunene. Com isto, detentores de terminais de pagamento automático (TPA) instalaram-se à entrada de vários bancos, à semelhança, por exemplo, do que já fazem nos mercados, cobrando 10% do valor que as pessoas procuram levantar.

    Assim, por cada mil kwanzas movimentados, cobram 100 Kz de uma espécie de taxa de serviço. “Ninguém se queixa porque os 10% é dado antes de o cliente passar o cartão no TPA. Só estamos a cobrar, porque o banco também nos têm cobrado por cada operação que realizamos e pelo papel que gastamos”, disse um kinguila.

    Contactados pelo Expansão, vários bancos comerciais negaram ter responsabilidade na escassez de notas que se verificou na maioria dos ATMs até à tarde desta quarta-feira em Luanda. Entretanto, alguns bancos admitiram haver falhas em alguns ATMs, o que, como defendem, dificultou a saída de notas.

    Responsáveis de alguns bancos “empurram” a responsabilidade da “seca” de notas para o Banco Nacional de Angola (BNA), que, segundo os gestores, recolocou no mercado notas de kwanzas que já não estavam parametrizadas no sistema informático que suporta os ATMs de alguns bancos.

    De acordo com as fontes, parametrizar as notas nos ATMs significa separá-las por valor facial e tamanho e ano. Como os bancos já tinham “desparametrizado” essas notas, a alternativa foi colocar as notas vindas do banco central no balcão, o que acabou por provocar escassez dessas notas nos ATMs.

    Por outro lado, uma fonte do banco BIC confirmou que a instituição bancária registou problemas com as novas notas no seus ATMs, mas nega que as enchentes estejam relacionadas com falta de liquidez. Dezembro é sempre mês complicado nos ATMs.

    Uma fonte do Banco Angolano de Investimento (BAI), que pediu anonimato, diz que a redução das notas nos ATMs foi, em parte, uma estratégia que alguns bancos encontraram para travar a fuga de depósitos que normalmente acontece em Dezembro devido às festividades do Natal e do Ano Novo.

    “Isto sempre aconteceu em Dezembro. Mas este ano alguns bancos estão atentos e já começaram a reduzir o volume de notas que colocam nos ATMs à disposição dos clientes”, disse.

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