O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, condenou hoje a intenção do Governo de privatizar a RTP, considerando que, “seja qual for a solução encontrada”, trata-se de um “golpe brutal no serviço público”.
“Estamos em presença de uma inaceitável decisão que, se for concretizada, conduzirá à destruição desta empresa e do serviço público da rádio e televisão”, afirmou o líder comunista, que discursava em Grândola.
Jerónimo de Sousa considerou a privatização da RTP “um golpe brutal no serviço público”, “seja qual for a solução encontrada, por concessão, ou outra qualquer”.
Numa entrevista à TVI, na quinta-feira, o economista e consultor do Governo António Borges avançou com a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados, que considerou “muito atraente”, e disse que, provavelmente, a RTP2 iria fechar, embora tenha assegurado que nada está ainda acordado sobre o futuro da empresa.
Hoje, fonte do gabinete de Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que tutela a comunicação social, disse à agência Lusa que a concessão da RTP1 a privados e o eventual encerramento da RTP2 permitem ao Governo “reduzir os encargos públicos” com a estação de televisão, garantindo a “propriedade pública”.
Para o secretário-geral do PCP, o argumento do “afundamento financeiro” da RTP “é uma falácia”, que não tem em conta o facto de esta ser “uma das estações públicas de televisão mais baratas no plano europeu”, cujos “problemas podem ser resolvidos no quadro do seu atual estatuto”.
“Há muito que a RTP tem sido alvo de uma campanha de desprestígio, que tem subjacente criar as condições para a sua privatização”, acusou Jerónimo de Sousa.
FONTE: DN