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    IURD: Pastores brasileiros tentaram tomar à força o templo do Morro Bento durante a madrugada – Igreja de origem brasileira em severa convulsão interna

    Segundo o Novo Jornal on line, os ânimos continuam exaltados na Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, com os pastores angolanos a acusarem a liderança brasileira, de terem monopolizado a gestão, exercida com requintes discriminatórios.

    Em consequência disso, dos templos do Morro Bento e do Patriota irromperam as vozes que se manifestaram publicamente contra a chefia brasileira, com acusações de branqueamento de capitais e discriminação racial, justificando assim a invasão temporária dos referidos templos.

    A polícia foi chamada a intervir para repor a ordem e a aconselharem as partes em litígio a dialogarem no sentido do apaziguamento dos espíritos desavindos.

    Um grupo de fiéis e pastores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tentaram, durante a madrugada de hoje, tomar, pela força, a Catedral do Morro Bento, na Avenida 21 de Janeiro, em Luanda.

    O porta-voz da Comissão chegou a fazer declarações acusando os “brasileiros” de terem chegado ao templo do Morro Bento armados, embora a polícia tenha desmentido que tal tenha ocorrido.

    Durante a tentativa de tomada, à força, do templo, houve resistência da parte angolana que não aceitou abandonar o local, chamando aa Polícia Nacional (PN), assim como efectivos da SIC, que em pouco tempo chegaram ao local para manter à ordem e a tranquilidade pública, e evitar que o pior acontecesse.

    Segundo o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, inspector-chefe Nestor Goubel, tanto a parte brasileira como a parte angolana foram encaminhados para a 21.º esquadra, no Rocha Pinto, para prestarem declarações.

    “Eles não estão detidos, apenas convidamos os jovens e os pastores brasileiros, assim como os angolanos, a depor em função do sucedido durante a madrugada.

    Tão logo termine o depoimento, o caso será entregue ao Ministério Público”, disse Nestor Goubel, ao Novo Jornal. O porta-voz da PN em Luanda assegurou que as autoridades estão a acompanhar toda a situação da Igreja Universal do Reino de Deus mas caberá aos tribunais decidirem a problemática que a IURD esta a viver.

    Na segunda-feira, 22, um movimento de bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus tomaram 30 templos em seis províncias do País, designadamente Benguela, Cuanza-Sul, Huambo, Malanje e Namibe.

    Sob liderança do bispo Valente Bezerra, os pastores angolanos decidiram romper com a representação brasileira em Angola, encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, a quem acusam de uma série de irregularidades.

    O movimento reivindicativo diz-se pronto para iniciar as reformas na igreja e não aceita ser conotada com dissidência nem o rótulo de “ex-pastores”, como os brasileiros pretendem fazer passar junto da opinião pública.

    “A Comissão Instaladora da Igreja Universal do Reino de Deus Reformada em Angola, continua a testemunhar actos de discriminação racial, castração, abortos forçados às esposas dos pastores angolanos e usurpação das competências da assembleia-geral de pastores”, disse ao Jornal de Angola, o pastor Agostinho Martins da Silva, porta-voz da referida denominação.

    Estas acusações juntam-se às de fuga de divisas para o estrangeiro, acusação que já remonta a 2016, como o Novo Jornal noticiou na altura, quando um ex-bispo desta igreja, Alfredo Paulo, fez severas acusações à liderança da IURD em Angola.

    Situação é tensa desde 2016 Entretanto, segundo o porta-voz dos 300 pastores angolanos, a Comissão Instaladora decidiu montar o seu “Estado-Maior” na Catedral do Morro Bento, localizada na Avenida 21 de Janeiro, em Luanda.

    O abuso de confiança na gestão financeira, assim como as irregularidades no pagamento da segurança social aos pastores e privação de visitas aos familiares, estão igualmente na base desta rotura com os pastores brasileiros.

    De recordar que, em Novembro do ano passado, os bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola anunciaram, em Luanda, a rotura com o bispo Edir Macedo, (http://novojornal.co.ao/sociedade/interior/iurd-em-angola-passa-a-ser-lideradaexclusivamente-por-angolanos-edir-macedo-afastado-81093.html) por, alegadamente, este ter desenvolvido práticas doutrinais contrárias.

    Num comunicado assinado por mais de 300 bispos e pastores angolanos, estes contaram, na ocasião, que a liderança brasileira, por orientação de Edir Macedo, passou a forçar os pastores angolanos a submeterem-se ao procedimento cirúrgico de “esterilização”, tecnicamente conhecido como vasectomia.

    Esta prática viola, de acordo com os contestatários, de forma grave, os direitos humanos, de acordo com a Constituição da República de Angola. Os bispos e pastores angolanos acrescentam que, além disso, a liderança brasileira tem promovido a evasão de divisas para o exterior do País.

    No mesmo mês, o director de Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior, subcomissário Waldemar José, disse que uma comissão formada por representantes dos ministérios do Interior, da Cultura e da Justiça e Direitos Humanos estavam acompanhar as investigações na IURD.

    Apesar disso, Waldemar José, armou que “todos os indícios probatórios estão a ser investigados e isso vai permitir que seja determinada a relação criminal entre todos os envolvidos. Caso as denúncias sejam comprovadas, os responsáveis, individualmente ou até mesmo colectivamente, serão legalmente responsabilizados”.

    O Novo Jornal procurou saber hoje, junto do director de Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior, como está o processo da IURD, mas Waldemar José, respondeu apenas que há processos a serem instruídos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).

    Em comunicado, a direcção da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, avisa os seus membros fiéis e simpatizantes que, devido aos recentes acontecimentos desencadeados por actos de invasão e rebelião, por parte dos ex-pastores, às igrejas não abrirão para a realização dos cultos presenciais, mantendo os seus templos fechados, em todo o território nacional até a data anunciar.

    A direcção da IURD Angola diz que não há divisão na igreja, e que o grupo de ex-pastores angolanos ocupou ilegalmente os templos. No comunicado, à Igreja pede que os órgãos de direito intervenham o mais breve possível, na resolução do conflito.

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