Por uma estreita margem, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu obteve a confiança do Parlamento, nesta quinta-feira à noite, para seu quarto governo – um dos mais conservadores da História de Israel.
A composição do governo foi aprovada no Knesset (Parlamento) por 61 votos a 59, anunciou o presidente da Casa, Yuli Edelstein.
“Aqui estão os resultados: a favor, 61 votos; contra, 59. Declaro que o governo obteve a confiança do Knesset. Felicitações”, declarou Edelstein, após uma cerimónia tensa que começou com a expulsão de três deputados árabe-israelitas.
O trio criticou o primeiro ministro verbalmente, enquanto outros deputados da oposição riam, ao ouvir o discurso de Netanyahu na abertura da sessão. Nele, o primeiro-ministro afirmava que “preservaremos nossa segurança e faremos todo o possível a favor da paz”.
Com o centro de gravidade ainda mais à direita do que na gestão anterior, o novo governo conta com apenas 61 votos do total de 120. Esse arranjo deixa o primeiro ministro Netanyahu à mercê de qualquer deserção.
As negociações para formar uma coalizão foram tão duras que Netanyahu teve de ceder mais ministérios do que o previsto aos aliados de seu partido, o Likud. As conversas se seguiram até o último minuto antes da votação nesta quinta.
Nesse contexto, o primeiro ministro conseguiu que o Parlamento adoptasse uma lei que lhe permite nomear mais ministros do que antes.
O presidente americano, Barack Obama, reagiu pouco depois do anúncio do primeiro ministro Netanyahu sobre a formação de uma nova coalizão de direita. Segundo Obama, os Estados Unidos mantêm sua posição de que a solução de dois Estados é a melhor para a segurança de Israel em longo prazo.
“Continuo acreditando que uma solução de dois Estados é absolutamente vital, não apenas para a paz entre israelitas e palestinos, mas para a segurança em longo prazo de Israel como um Estado democrático e judeu”, declarou Obama em uma entrevista colectiva em Camp David.
Confira abaixo a íntegra do gabinete do 34º governo israelita, aprovado hoje:
– primeiro-ministro: Benjamin Netanyahu* (Likud, direita)
* também encarregado das Relações Exteriores, da Comunicação, da Saúde e do Desenvolvimento Regional
– Defesa: Moshe Yaalon (Likud)
– Finanças: Moshe Kahlon (Kulanu, centro-direita)
– Interior: Sylvan Shalom (Likud)
– Educação: Naftali Bennett (Lar Judaico, nacionalista e religioso)
– Justiça: Ayelet Shaked (Lar Judaico)
– Agricultura: Uri Ariel (Lar Judaico)
– Turismo: Yariv Levin* (Likud)
* também encarregado da Segurança Interna
– Economia e Comércio: Arye Deri (Shass, ultraortodoxo)
– Construção: Yoav Galant (Kulanu)
– Transportes: Israël Katz (Likud)
– Energia: Youval Steinitz* (Likud)
* também encarregado da Comissão Atômica israelense e da questão nuclear iraniana
– Meio Ambiente: Avi Gabai (Kulanu)
– Ciência e Tecnologia: Danny Danon (Likud)
– Imigração: Zeev Elkin (Likud)
– Cultura e Esportes: Miri Regev (Likud)
– Assuntos Sociais: Haim Katz (Likud)
– Previdência: Gila Gamliel (Likud)
– Assuntos Religiosos: David Azulay (Shass)
– Ministros sem pastas:
Ofir Akunis (Likud), Benny Begin (Likud)