O ministro israelita das Relações Exteriores, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, sugeriu que Israel ofereça “incentivos financeiros” aos árabes israelitas para que abandonem o país rumo a um futuro Estado palestino, revela um documento publicado nesta sexta-feira.
Os árabes israelitas “que decidirem por sua identidade palestina devem renunciar a sua cidadania e se tornar cidadãos de um futuro Estado palestino”, diz Lieberman em um documento de seu partido, Israel Beitenu.
“O Estado de Israel deveria, inclusive, animá-los a fazê-lo via um sistema de incentivos financeiros”.
Lieberman é, há algum tempo, partidário do princípio de garantir uma “separação máxima” entre judeus e árabes em Israel, assim como revogar a nacionalidade dos árabes israelitas que não sejam suficientemente “leais” ao Estado hebreu.
Em Setembro, o chanceler propôs, inclusive, que os deputados árabes israelitas abandonassem o sistema político de Israel.
Os 1,7 milhões de árabes israelitas são descendentes de palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948. Cristãos ou muçulmanos, eles representam 20% da população e afirmam ser tratados como cidadãos de segunda.
Um projecto de lei adoptado no domingo pelo governo do primeiro ministro Benjamin Netanyahu prevê alterar a actual definição de Israel como Estado “judeu e democrático” para “Estado nacional do povo judeu”.
O Parlamento de Israel (Knesset) deve se pronunciar sobre a proposta, que, para alguns, institucionaliza a discriminação contra a população árabe de Israel e representa o enfraquecimento do carácter democrático do Estado hebreu. (afp.com)