O Parlamento de Israel aprovou nesta segunda-feira uma lei que permite ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa decidir entrar em guerra sem a convocação da totalidade do gabinete, em meio às crescentes tensões entre Israel e alguns de seus vizinhos.
A lei, aprovada por 62 votos contra 41, concede ao gabinete de Segurança a decisão sobre uma operação militar ou uma guerra sem consultar o restante do governo.
Um paragrafo especifica que em caso de “condições extremas” o primeiro-ministro e o ministro da Defesa podem decidir apenas eles sobre alguma operação.
O projecto de lei, apresentado pela ministra da Justiça, Ayelet Shaked, é uma emenda a uma lei fundamental que exigia do governo aprovar qualquer operação militar na presença da maioria dos ministros.
No momento, o gabinete de Segurança é integrado por 11 dos 22 ministros que compõem o governo de Netanyahu.
A ministra Shaked justificou a emenda pela “situação de segurança actual e para tornar mais eficaz o trabalho do governo e do gabinete”.
A lei foi votada em um contexto de crescente tensão com os palestinianos, que em 30 de Março iniciaram uma série de manifestações na Faixa de Gaza, o que produziu confrontos com as forças israelitas que já mataram 45 palestinianos.
Em outra frente, o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, advertiu na quinta-feira que seu país evitará qualquer tentativa de “implantação militar” iraniana na Síria, após um ataque aéreo contra o território sírio em 9 de Abril atribuído ao Estado hebreu.
Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel realizou numerosos ataques aéreos contra objectivos naquele país, especialmente do Hezbollah libanês pró-iraniano. (Afp)