A empresária angolana Isabel dos Santos anunciou em comunicado a saída do conselho de administração da Unitel.
Isabel dos Santos põe termo à pressão que lhe é exercida “numa altura em que a economia angolana e o mercado das telecomunicações atravessam condições particularmente económicas adversas”, segundo nota de imprensa, dirigida à nossa redacção.
A empresária considera “contraproducente e irresponsável permitir que um clima de conflito permanente e de politização sistemática dos administradores se instale no conselho de administração”.
“Como engenheira angolana, e como uma das fundadoras da empresa, tenho a honra e o orgulho de ter construído uma das primeiras redes de telecomunicações em Angola e de ter participado no desenvolvimento desta empresa, que muito contribuiu para a modernização e reconstrução do meu país, aproximando todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e oferecendo-lhes uma janela no mundo.
Nos anos em que liderei a Unitel ou participei ativamente na sua gestão, crescemos e realizámos um investimento de mais de USD 5 mil milhões na rede, equipamento e formação profissional, recorrendo inteiramente a receitas próprias e empréstimos bancários privados e sem qualquer apoio de fundos governamentais ou públicos.
Pagamos impostos como um dos grandes contribuintes em Angola e apoiamos com dezenas de milhões de dólares vários programas de responsabilidade social, como “Stop Malária” e “Projecto Agrícola de produção de milho – Unicanda” e bolsas de estudo, entre outros.
No momento de uma nova página na história desta grande empresa angolana de tecnologia onde hoje 99.9% dos trabalhadores e técnicos são angolanos, gostaria de testemunhar aos meus mais de 3000 jovens colaboradores e colegas angolanos que constituem o coração da grande família Unitel, o meu orgulho em ser um deles e a minha gratidão pela confiança, empenho e génio criativo, sem os quais nada teria sido possível.
Vou continuar a apoiar a Unitel com todas as minhas energias, a fim de contribuir para o sucesso da nossa visão e do nosso projecto de desenvolvimento de futuro.
Em nome do futuro de Angola, eu e as empresas que dirijo estaremos sempre ao lado do progresso, da economia e da criação de empregos e oportunidades para jovens angolanos”.