As debilidades no processo de escoamento dos produtos agrícolas do campo para os centros urbanos favorecem o domínio do mercado aos grandes importadores, reconheceu hoje (terça-feira), em Luanda, o economista Fiel Constantino.
Daí que o mesmo aconselha ao “levantamento de barreiras aduaneiras” neste aspecto. Pois, segundo ele, os produtores devem melhorar a sua competitividade para disputar o mercado com os concorrentes importadores.
Em declarações à Angop, a propósito do tema “Mecanismos de Escoamento de Produtos do Campo à Cidade”, o economista sublinhou a importância da concorrência como estímulo à competitividade.
“A aversão à concorrência pode levar ao estabelecimento de mecanismos administrativos que, em vez de ajudarem a melhorar o processo produtivo e de comercialização, poderão levar ao relaxamento de produtores locais. Isso torná-los-á permanentemente menos competitivos que a concorrência externa”, enfatizou o economista.
Com isso, Fiel Constantino fala em “repensar” sobre os fundamentos da dificuldade de escoamento dos produtos que, geralmente, “é vista como uma causa, quando na verdade é um efeito”.
“A causa radica na descontinuidade do sistema que não conta com o grande estímulo em que se constitui o fecho da cadeia de valor: a indústria de transformação”, referiu.
Ao avaliar a intervenção nesse processo do Programa de Aquisição de Produtos Agrícolas aos camponeses, comummente designado Papagro, o economista disse que dele (do programa) não se espera muitos resultados.
“Do ponto de vista estrutural, não se pode querer resolver o problema do campo com uma rede logística que não desemboque na indústria. O investimento no Papagro seria rentável se fizesse de charneira entre o campo e a indústria. (portalangop.co.ao)