Na sua nota sobre os 40 anos da independência de Angola, a Igreja Católica foi clara: não quer o casamento gay.
«Salvaguardar a dignidade da nossa cultura de matriz cristã contra os fanatismos religiosos e contra alguns subprodutos culturais da globalização que procuram banalizar Deus, a vida e a família, com a importação de modelos estranhos à cultura do povo de Angola como, por exemplo, uniões de pessoas do mesmo sexo». É este um dos objectivos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), que emitiu um comunicado a propósito dos 40 anos da independência de Angola.
O documento recomenda também que se promova o direito à liberdade de consciência, reunião, livre associação, manifestação, expressão e informação, constitucionalmente garantidos, para que se tenha «cidadãos devidamente actualizados e avisados sobre os acontecimentos do país e do mundo, podendo exercer uma cidadania consciente, responsável e participativa».
A CEAST pediu ainda que se «melhore a qualidade da linguagem política, jornalística e artística, para que nos sintamos sempre mais irmãos e necessários para a construção e embelezamento da pátria».
Houve também espaço no comunicado para recordar os heróis que «despertaram para as suas responsabilidades políticas, independemente da origem racial, étnica, religiosa e ideológica, alguns dos quais são conhecidos e reconhecidos, muitos outros esquecidos e outros talvez ignorados».
A Conferência Episcopal defendeu ainda que se «diminua o fosso entre os extremamente ricos e os extremamente pobres, bem como a despartidarização do Estado e do emprego». (sol.ao)