Duzentas pessoas com cataratas vão ser operadas esta semana, na província do Huambo, por especialistas estrangeiros integrantes de uma missão da Igreja Adventista do 7º Dia.
De acordo com a publicação da Angop, a campanha de intervenções cirúrgicas, iniciadas em 2018, vai abranger pessoas vindas das províncias do Bié, Malanje e Cuando-Cubango, que já realizaram consultas prévias em unidades hospitalares da Igreja Adventista.
Durante a cerimónia de abertura desta 3ª fase de operações, a directora da Saúde na província do Huambo, Jovita Cachequele André, confirmou estarem criadas, no hospital central, as condições necessárias para o atendimento dos pacientes.
Informou que entre os 200 já inscritos, apenas 80 são da província do Huambo, esperando, contudo, que todos possam ser operados com sucesso pelos especialistas, sendo dois dos Estados Unidos da América, um da Costa Rica, um do Lesoto e outro do Zimbabwé.
Presente na cerimónia, o vice-governador para o sector social, político e económico, José Cornélio, referiu que a iniciativa tem uma valência económica, porquanto a luta pela erradicação da patologia contribuirá para o reforço de cidadãos activos para participarem no processo de crescimento e desenvolvimento do país e da província em particular.
Fez saber que, durante o ano passado, foram atendidos em cirurgia de oftalmologia, nesta província, 335 doentes, situação que considerou ser preocupante, ao admitir a existência de muitos cidadãos com problemas de visão.
Perante este quadro, afirmou que o Governo local vai continuar a realizar, de forma regular, campanhas de cirurgia e de sensibilização da população sobre os cuidados a ter com a visão.
Já o presidente da União Sudoeste da Igreja Adventista do 7º Dia, sudoeste de Angola dos adventistas, pastor Manuel Filipe Pacheco, reafirmou o compromisso da sua congregação religiosa continuar a colaborar com o Governo no sector da saúde, no âmbito das suas responsabilidades sociais.
A catarata, causada principalmente por diabetes, tabagismo, traumatismo e o uso crónico de colírio que contém corticoides e também o uso de corticoides orais de uma forma crónica, é tida pela Organização Mundial da Saúde, como uma das principais causas de cegueira no mundo.
A mesma, caracterizada por perda de transparência do cristalino da lente natural, cuja função é propiciar o foco da visão em diferentes distâncias, também pode ser congénita, existindo crianças nascendo com cataratas, devido a muitas vezes a presença da patologia na mãe nos primeiros três meses de gestação, como sendo a sífilis, a rubéola e a toxoplasmose.
Nas duas primeiras edições da campanha, ambas em 2018, foram operados 32 pacientes com cataratas e estrabismo.
