O Instituto de Gestão de Activos do Estado (Igape) faz parte da estrutura accionista da Recredit, com uma participação de 5% do capital social, o que transforma esta instituição de sociedade unipessoal anónima para pluripessoal.
Com a entrada do Igape na estrutura societária, essa instituição de recuperação do crédito mal parado do banco BPC agora é transformada em Recredit- Gestão de Activos S.A, de acordo com o despacho presidencial publicado em Diário da República, de 22 de Julho, a que Angop teve acesso nesta quarta-feira.
Com essa transformação, a Recredit-Gestão de Activos S.A passa a dedicar-se de modo exclusivo e com o propósito especifico de gerir activos financeiros do Banco de Poupança e Crédito (BPC), adquirindo-os pelo seu justo valor de mercado e, acessoriamente, a gestão de activos de participações financeiras e de patrimónios cuja titularidade lhe advenha do seu objecto principal com vista à sua alienação.
O despacho presidencial autoriza a constituição de um Comité de Estratégia e Monitorização, órgão colegial de controlo do Conselho de Administração na condução do plano e actos de gestão.
Este comité, de acordo com o documento, deve emitir pareceres sobre a aquisição e reuperação de crédito malparado, assim como a gestão de activos.
O referido comité será presidido pelo ministro das Finanças e integram o presidente das Associação Angolana dos Bancos (ABANC) e o presidente da Comissão de Mercados de Capitais (CMC).
A Recredit-Gestão de Activos passa a participar dos encontros, mas como convidado.
Quanto a Recredit-Gestão de Activos S.A é autorizada a adoptar como modelo de contabilidade, as normas internacionais de contabilidade de relato financeiro IAS/IFRS, ferramentas consideradas adequadas para o registo dos créditos malparados e para constituição de imparidades, com efeito a partir do exercício fiscal de 2019.
Na fase de negociação, a Recredit- Gestão de Activos S.A é autorizada a celebrar acordos para o ajuste do montante em divida, sempre e desde que devidamente fundamentado, atendendo o ajuste do montante em dívida, que deve ser feito em função da análise de cada processo de crédito.
Avaliar a solvabilidade do devedor com base em informação completa, actualizada e fiável, suportada por documentos que os comprovem, são entre outras tarefas encarregues à Recredit-Gestão de Activos S.A
A Recredit foi criada em 2017 para gerir crédito malparado da banca pública angolana.
O Estado, em 2017, concedeu dois mil milhões de dólares à empresa Recredit – Gestão de Activos SA, para comprar os créditos malparados da banca nacional e, com isso, facilitar a recuperação da economia.
Em 2018 o crédito malparado na banca nacional atingiu os 28,3%.
O total de empréstimos em 2018 chegou a 4,16 biliões de kwanzas, o que equivale a 11,7 mil milhões de euros ao câmbio da altura, dos quais 3,33 mil milhões de euros eram relativos a crédito malparado.