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    Históricos Majestic e Guarany fecham sem data para reabrir

    A pandemia ditou o fecho de dois históricos cafés do Porto, ambos pertencentes ao grupo Barrias: o Majestic e o Guarany.

    O Majestic, na Rua de Santa Catarina, encerrou ontem, e o Guarany, na Avenida dos Aliados, já tinha fechado no dia 15 de novembro. A falta de clientes, sobretudo devido à queda abrupta no turismo, motivou a decisão. O gerente Fernando Barrias promete reativar os negócios assim que estiverem reunidas as condições para tal, mas não se compromete com uma data. Os trabalhadores vão para lay-off.

    “Estou otimista. A pandemia há de passar. Vamos sobreviver a isto. Os nossos antepassados também atravessaram fases difíceis”, confia Fernando Barrias.

    Prestes a entrar no clube dos centenários, pois foi inaugurado em dezembro de 1922, ao longo dos seus quase 100 anos o Majestic nunca teve uma paragem deste tipo. “Nem na Segunda Guerra Mundial, quando tinha de pagar uma taxa para estar aberto”, regista.

    De facto, por opção própria, o emblemático estabelecimento de Santa Catarina nunca deixou de receber clientes. Só por motivos extraordinários, que tiveram a ver com o restauro, entre outubro de 1992 e julho de 1994, e o confinamento decretado pelo Governo, entre 14 de março e 25 de maio deste ano, na primeira vaga de covid, é que o negócio foi interrompido.

    À beira do Natal e da passagem do ano, uma época tradicionalmente fértil no que respeita ao dinamismo económico, o fecho de portas, tanto do Majestic como do Guarany, pode surpreender, mas uma conjugação de fatores deixou a gerência sem alternativa.

    150 VÃO PARA LAY-OFF

    “Não há aviões, nem turistas. As restrições determinadas pelo Governo e pela Direção- Geral da Saúde também não favorecem. A juntar a isto, o incremento do teletrabalho deixa em casa muita gente que vinha para os escritórios. E não há residentes na Baixa”, explica o gerente, que, com a subida em flecha dos visitantes estrangeiros, chegou a ter 70 pessoas em fila, à espera de lugar no Majestic.

    “Neste momento, seria gerar despesa e ter prejuízo. Não compensa”, esclarece, com pragmatismo, desejoso por “ver uma vacina a surtir efeito” e ser restituída “a confiança às pessoas para fazerem o dia a dia”.

    O travão no grupo Barrias estende-se à cafetaria Marbella, igualmente na Rua de Santa Catarina, e à Confeitaria Eça, nas Antas. O mesmo se aplica aos hotéis Internacional e Vera Cruz. Está tudo fechado e 150 trabalhadores ficam em lay-off. Só continuam em atividade as unidades hoteleiras Pão de Açúcar e Aliados. O Aliados Plaza, “um hotel de quatro estrelas superior, com 97 quartos, continuará a ser construído, pois o contrato foi celebrado antes da pandemia”.

    CRISE NA BAIXA PORTUENSE

    No reino da restauração, e olhando à realidade da Baixa do Porto, as situações que se vivem no Majestic e no Guarany não são casos isolados. A título de exemplo, basta lembrar outros espaços históricos, como o Café Ceuta, inativo há um ano, o Estrela d”Ouro em continuada degradação e o Aviz, que já despediu funcionários, sem saber até quando poderá resistir.

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    FonteJN

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