O Secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou “uma enorme crise humanitária” na Etiópia e pediu um acesso “sem obstáculos” para a ajuda internacional.
Uma semana depois de a Etiópia ter expulsado sete responsáveis da ONU, o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciou “uma enorme crise humanitária” no país e pediu um acesso “sem obstáculos” para a ajuda internacional.
“O país enfrenta uma enorme crise humanitária que exige uma atenção imediata (…) e isso é particularmente preocupante depois do anúncio feito na quinta-feira passada pelo governo etíope de expulsar sete altos responsáveis da ONU, na maioria trabalhadores humanitários”, afirmou Guterres, esta quarta-feira, na segunda reunião de emergência, em uma semana, sobre a Etiópia, no Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque.
O Secretário-geral das Nações Unidas falou em “expulsão inédita” e pediu às autoridades para permitirem a distribuição de ajuda humanitária “sem obstáculos” e para “facilitar o trabalho da ONU com a urgência que esta situação exige”.
António Guterres adiantou que a organização está a considerar declarar que apontar sete trabalhadores humanitários como ‘persona non grata’ é ilegal e contrário à Carta das Nações Unidas.
A ONU pede, assim, ao governo etíope vistos para os seus trabalhadores e que “os funcionários que trabalham no interior do país sejam tratados com dignidade e respeito”.
Guterres avisou que “qualquer escalada do conflito só torna a situação mais trágica” e disse que 400.000 pessoas sofrem de fome no Tigré e que a ONU continua sem poder ter acesso completo à região.