No sentido de inovar, dado o contexto artístico angolano, e baseado nos princípios do experimentalismo, o Enigma Teatro leva à cena, nos dias 25 e 26 deste mês, no palco da Liga Africana, em Luanda, o espectáculo “Teatro Musical Galáxia”.
De acordo com o director artístico da opereta, Tony Frampenio, o grupo aposta na inovação das suas obras, razão pelo qual surgiu a ideia da montagem do “Teatro Musical Galáxia”. “Inovar é sempre relativo e tanto se pode inovar com o novo como se pode inovar com o antigo, porque a invenção é uma forma de reinvenção”, destacou o também encenador.
O projecto, disse, caracteriza-se na sua forma e conteúdo. “As músicas cantadas são clássicos de musicais da Broadway, adaptados à nossa língua, onde a performance casa perfeitamente com histórias, músicas e danças africanas (angolanas), interpretado por especialistas e técnicos na área”.
A opereta narra a estória de Anangola que enquanto dorme vive uma experiência histórico-fantasiosa com realismo-mágico, no qual o amor, a crença, a esperança, as mentiras, a tradição, cultura e aculturação, constituem a trama de um Teatro-Musical, do qual, qualquer espectador com alma, se emociona e toma a melhor decisão sobre os seus actos na terra. “Galáxia é um sonho. O sonho de Anangola. O contrário, Galáxia pode também ser um pesadelo. O pesadelo de Anangola”, conta Tony Frampenio.
O projecto tem no elenco, entre outros, Amélia Trosso (soprano), Helton Agú-Água (performer), Julieta Trosso (mezzo), Jéssica Pedro (dançarina), Kaza Ngoma (percussionista), Mariana Trosso (soprano), Manuel da Costa (actor), Tetembwa Ya Mwika (soprano), Wilson Cavela (actor), e Zatara Bunga (barítono atenorado). A Companhia Enigma Teatro tem na sua galeria os prémios Cidade de Luanda (2010), Prémio Nacional de Cultura e Artes (2014) e o Prémio Angola 40 anos de Independência (2015).
O Enigma Teatro passou, a partir do dia 15 de Novembro de 2008, a reger-se pela Lei das Associações e demais legislação aplicável às associações na República de Angola, adquirindo concomitantemente a sua personalidade jurídica. O grupo foi vencedor do primeiro Concurso Nacional de Teatro realizado em Benguela em Agosto de 1989, no Âmbito do Fenacult, com a peça intitulada “Kakila” e na segunda edição do mesmo concurso o grupo ocupou a segunda posição.
Participou pela primeira vez no Prémio Cidade de Luanda edição de 2008 e ocupou a segunda posição para a melhor encenação e o melhor actor, com a peça “De Luandinha a Luanda para Luandão”.