O Desportivo da Huíla e o Benfica do Lubango, os mais quotados e assíduos clubes huilanos em provas nacionais, descartaram, terça-feira, na cidade do Lubango, o regresso às competições, sem a subvenção aos testes da Covid-19.
Esta reacção surge em função da directiva do Ministério da Juventude e Desportos (Minjud), em que o Estado atribui a responsabilidade aos fazedores do desporto.
O director administrativo do clube desportivo da Huíla, Ezequias Domingos, afirmou ser o futebol nacional ainda pobre, daí a necessidade de comparticipação do Estado.
Para ele, sem a subvenção institucional, os clubes terão dificuldades em retomar às actividades por incapacidade financeira para suportar a demanda de testagem.
Defendeu melhor análise das estruturas governativas, com vista a salvaguardar algumas disciplinas desportivas, fundamentalmente as que têm compromissos internacionais.
Já o presidente do Benfica do Lubango, Jacques da Conceição, considerou que a posição do ministério de tutela demonstra pouco comprometimento com o desporto.
Explicou, por exemplo, que o seu clube tem mais de 700 atletas em 11 modalidades, e sem capacidade para custear os testes, a mensagem do Minjud significa paragem.
A autorização da retoma das actividades, apresentada segunda-feira, restringe-se ao regime de alta competição, mediante a observância das medidas de biossegurança.
Os testes obrigatórios devem ser realizados 72 horas antes das competições e regularmente antes de cada treino.
O regimento sanitário desportivo prevê, numa primeira fase, o retomar das actividades nas modalidades de baixo e moderado risco, como atletismo, xadrez, natação, ténis, tiro, golfe, futebol, basquetebol e andebol.
Recorde-se que o Governo angolano já fixou, em Diário da República, o valor da comparticipação nos custos dos testes serológicos de Covid-19.
Conforme um Decreto Executivo conjunto dos ministérios da Saúde e das Finanças, a comparticipação para os testes rápidos é de AKz seis mil e 20 mil para o teste serológico Elisa.
Para o teste RT-PCR (o mais fiável) nas unidades sanitárias públicas, o Governo fixou o valor de AKz 75 mil de comparticipação.
Dados disponíveis indicam que nas clínicas privadas, para a realização dos testes RT-PCR, o utente paga o valor de AKz 180 mil.