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    Fundo Soberano apresenta resultados

    O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) anunciou ontem, em comunicado, o registo de 4,56 mil milhões de dólares (760 mil milhões de kwanzas) em activos no fim do primeiro trimestre, 59 por cento dos quais destinados a investimentos em Angola e países da África Subsariana.
    Num relatório sobre os resultados do primeiro trimestre, o FSDEA declarou uma carteira de títulos e valores mobiliários – obrigações, acções e fundos de cobertura – naquele período avaliada em 1,84 mil milhões de dólares (cerca de 397 mil milhões de kwanzas).
    O documento revela a previsão de contribuições cifradas em 250 milhões de dólares (cerca de 42 mil milhões de kwanzas) para um programa em que o Ministério da Agricultura cedeu ao Fundo sete fazendas de larga escala no Bié, Cunene, Malanje, Moxico, Cuando Cubango, Uíge e Zaire, ao todo 72 mil hectares de perímetros agrícolas dedicados à produção de grãos, oleaginosas e arroz.
    O FSDEA nota que o investimento agrícola permite aceder aos mercados internacionais das matérias-primas agrícolas, reduzir a importação de alimentos e apoiar a diversificação económica nacional, impulsionando o agro-negócio e a industrialização.
    A decisão de investimento nesses negócios é baseada no facto da agricultura empregar mais de metade da população angolana e ter elevado potencial de aumentar o rendimento das populações ao nível das bases e apoiar o surgimento de novas oportunidades para o sector privado na cadeia agro-alimentar.
    O presidente do conselho de administração do FSDEA declarou, ao comentar estes desenvolvimentos, que o investimento na actividade agrícola oferece receitas estáveis e de longo prazo e diversifica a carteira de activos.
    José Filomeno dos Santos estima, a este propósito, que “a crescente classe média dos países emergentes, a subida dos níveis de rendimento e a expansão das zonas urbanizadas tende a aumentar a procura de alimentos” e os preços das matérias-primas agrícolas. “A longo prazo, o FSDEA e outros investidores deste ramo alcançarão elevadas receitas líquidas”, prevê.

    Sem desembolsos

    O FSDEA concluiu em 2014 a constituição de organismos de investimento colectivo em ramos de elevado crescimento, como os das infra-estruturas, imobiliário, agricultura, silvicultura, saúde, mineração e capital estruturado na região subsaariana de África, sem que os desembolsos tenham sido totalmente feitos devido à volatilidade dos mercados internacionais.
    A alocação actual de 2,7 mil milhões de dólares (450 mil milhões de kwanzas) consiste em capital social realizado nos sete organismos de investimento colectivo certificados e regulados pela Comissão de Serviços Financeiros das Maurícias, para desenvolver negócios em ramos estratégicos para o desenvolvimento de Angola e da região envolvente.
    O documento apresenta números das demonstrações financeiras do FSDEA de 2015, ainda sob auditoria, em que se afirma que, naquele ano, 19 por cento dos 1,1 mil milhões de dólares (183 mil milhões de kwanzas) previstos para o fundo de infra-estrutura ficaram investidos em projectos localizados em Angola e no Quénia.
    Vinte e três por cento dos 500 milhões (83 mil milhões) do fundo imobiliário foram investidos em projectos hoteleiros em Angola e Zâmbia, dez por cento dos 220 milhões (cerca de 37 mil milhões) do fundo de silvicultura numa concessão de larga escala de eucaliptos em Angola e dois por cento dos 245 milhões (41 mil milhões) do fundo de mineração estão num projecto mineiro na Mauritânia.
    O FSDEA afirma que 12 por cento dos 190 milhões (32 mil milhões) do fundo de capital estruturado estão investidos num activo localizado na África do Sul e grande parte dos 465 milhões de dólares (77 mil milhões) previstos para os fundos da agricultura e saúde é desembolsada este ano. O Fundo declara que apenas foram aplicados em investimentos directos em Angola e na África Subsaariana 407 milhões (67 mil milhões) dos 2,7 mil milhões de dólares (450 mil milhões) previstos.
    O período de investimento do património líquido destes fundos de capital de risco é de três a cinco anos, ao passo que a duração da alocação pode ascender aos dez anos e só em 2020 é que está concluído o desembolso de três mil milhões de dólares (500 mil milhões de kwanzas) para os sete fundos de capital de risco.

    Novas normas

    O Ministério das Finanças autorizou o Fundo Soberano a adoptar as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), nos seus registos contabilísticos e demonstrações financeiras até 2017, anuncia o comunicado.
    O FSDEA declara no documento que, à luz do seu compromisso com as boas práticas e a transparência, projecta uma adopção célere que visa permitir que as demonstrações financeiras do exercício de 2015 estejam compatíveis com as IFRS.
    As normas internacionais de relato financeiro são consideradas as mais rigorosas na apresentação de resultados financeiros a nível mundial. A transição do Plano Contabilístico das Instituições Financeiras (CONTIF) para o IFRS permitirá ao FSDEA expor os dados relativos às suas operações e investimentos com mais detalhe e rigor do que anteriormente, refere o comunicado.
    “O FSDEA pretende juntar-se aos primeiros aderentes das IFRS em Angola. O facto de o CONTIF e o Plano Geral de Contabilidade (PGC) limitarem a demonstração do escopo da estratégia, investimento e receitas da instituição preocupa-nos bastante, porque o FSA pertence a todos os angolanos e a sua administração deve comprometer-se com os níveis mais elevados de transparência e boa governação”, declarou o presidente do conselho de administração do Fundo.

    @ JA

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