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    Fundo Africano passa na OMS

    Os participantes à 61ª sessão do Comité Regional da OMS para África aprovaram ontem, por unanimidade, o Fundo Africano para a Emergência de Saúde Pública. A criação desse fundo, cujo objectivo é apoiar as vítimas das calamidades e de doenças endémicas, foi apresentada na sessão anterior.
    Rosa Neto, representante de Angola no evento, disse à imprensa angolana que a aprovação do fundo por unanimidade vem reconhecer a solidariedade dos povos da região, principalmente quando ocorrem calamidades ou de endemias.
    O fundo foi constituído também para fazer face às emergências que surgem devido às questões climáticas. “Todos os países da região devem fazer um esforço para contribuir atempadamente, porque as emergências surgem sem aviso prévio”, disse.
    Durante o debate, de acordo com a representante de Angola, foram avançadas três propostas que estão relacionadas com o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país. “Cada representante vai fazer chegar essa decisão aos respectivos governos e os próprios ministros da Saúde da região vão procurar fazer uma defesa junto dos governos. A OMS já está a fazer”, precisou Rosa Neto, que é directora nacional do Intercâmbio do Ministério da Saúde.
    A propósito da aprovação do referido fundo, o ministro da Saúde de Moçambique, Alexandre Manguele, disse que “o nosso país tem vivido muitas dificuldades, principalmente de calamidades; logo necessita de ajudas de outros povos”.
    Alexandre Manguele acrescentou que os moçambicanos devem reunir as suas capacidades e recursos para encontrar soluções para ultrapassar as dificuldades que enfrentam, abrindo espaço para a recepção das ajudas externas.
    “Para os moçambicanos, a aprovação do fundo é um acto positivo dos países da região. Com ela, não só Moçambique, como outros países, vão poder dar respostas imediatas às situações de emergência antecipadamente”, concluiu o ministro.

    Medicina tradicional

    Sob o lema “Conservação das plantas medicinais: O património de África” comemorou-se ontem pela nona vez, em Yamoussoukro, a 61ª sessão do Comité Regional Africano da Organização Mundial da Saúde (OMS).
    O director regional da OMS para África, Luís Gomes Sambo, disse a propósito que o tema da comemoração deste ano sublinha a resolução da Assembleia Mundial da Saúde sobre as plantas medicinais, a estratégia regional para o efeito, o plano de acção sobre a década da medicina tradicional africana 2001-2010 e a convenção das Nações Unidas sobre diversidade biológica.
    A adopção e ratificação desses objectivos pelos países da região, referiu o angolano Luís Gomes Sambo, deu destaque à conservação e ao uso racional e sustentável das plantas medicinais na saúde pública.
    “A despeito dos progressos em muitos aspectos da medicina tradicional, os países vêm-se confrontados com desafios como a depauperação de plantas medicinais raras, devido à degradação ambiental, desflorestação, queimadas não controladas, más práticas agrícolas e o abate de mecanismos para a protecção das espécies de plantas medicinais ameaçadas”, reconheceu.
    Para atenuar estes desafios e consolidar as conquistas já obtidas “é preciso formular e implementar políticas nacionais abrangentes para a conservação das plantas medicinais. Recomenda-se o cultivo de plantas medicinais, incluindo o desenvolvimento de jardins botânicos, a criação de bases de dados abrangentes sobre as plantas medicinais existentes e a protecção das espécies de plantas medicinais ameaçadas”, frisou.
    O director regional da OMS para África pediu ao sector privado para incentivar o investimento no cultivo das plantas medicinais. “Lanço um apelo às instituições académicas e de investigação para que façam uma compilação de inventários de plantas medicinais. Incentivo igualmente a compilação da informação científica sobre as espécies de plantas medicinais, com particular incidência nas plantas raras em África”, precisou.
    Luís Gomes Sambo referiu ainda que, entre 25 a 50 por cento dos medicamentos modernos são derivados de plantas. A OMS, segundo o responsável, calcula que perto de 80 por cento da população de países em vias de desenvolvimento depende da medicina tradicional para as suas necessidades em termos de cuidados primários de saúde.

    Feira de medicina tradicional

    Desde o passado dia 29 de Agosto está patente uma feira de medicina tradicional em Yamoussoukro, que conta com a participação de terapeutas de vários países africanos. Os terapeutas apresentam medicamentos tradicionais para curar várias enfermidades, como hipertensão arterial, colesterol alto e diarreia aguda.
    A moçambicana Luísa Machangue adquiriu no pavilhão do Benin um medicamento para a cura de tensão alta, porque “nesse país há bons medicamentos tradicionais”.
    A ministra da Saúde do Benin, Kinde Gazard Dorothèe, em entrevista ao boletim da OMS, reconhece que “os nossos terapeutas tradicionais têm também problemas com as doses de medicamentos e daí a importância de acompanhá-los, porque existem extractos aquosos que não são suficientemente concentrados, pelo que talvez possamos propor-lhes outros tipos de concentração para os seus produtos, para que estes sejam utilizados pelas nossas populações com conhecimento de causa”.

    Financiamento em debate

    Na tarde de terça-feira realizou-se um debate sobre a experiência dos países que asseguram financiamento para os sistemas de saúde e aumentam o acesso a cuidados primários de qualidade, cumprindo com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
    Três apresentações técnicas sobre “Desafios financeiros actuais para alcançar o ODM na Região”, “Investir na saúde em África: o cenário de reforço dos sistemas para melhores resultados sanitários” e “Espaço fiscal, eficiência e qualidade do serviço” foram feitas pelos representantes da OMS, Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Mundial.
    Durante os debates, os participantes reconheceram que é preciso melhorar a utilização dos recursos no sector da saúde, com mais consideração pelos aspectos da eficiência e da equidade.
    A má gestação, assim como o desperdício e o uso ineficaz de recursos, que continuam a constituir matéria de preocupação, também foram abordadas.
    Para o ministro da Saúde do Senegal, a capacidade do governo em abordar adequadamente as necessidades e prioridades da saúde é muitas vezes dificultada por outras prioridades, tanto a nível nacional como internacional.
    Durante o debate, os representantes dos Estados africanos reconheceram que as suas capacidades vão continuar a ser insuficientes para cobrar impostos e receitas a nível local. Reconheceram igualmente o potencial inexplorado do sector privado e a necessidade de se envolverem em parcerias público-privadas para o financiamento dos serviços de saúde.
    Para o dia de hoje está agendada a discussão sobre a eliminação do sarampo até 2020, a monitorização a implementar para com o ODM e o relatório dos progressos sobre a erradicação da poliomielite.

    Fonte: Jornal de Angola

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