Francisco Louçã abordou esta sexta-feira, na SIC Notícias, as eleições primárias do Partido Socialista. Comentando, sob um declaração de interesse sobre o amigo António Costa, o ex-dirigente considera que PSD e CDS deverão concorrer às legislativas coligados, o que dará ao recém-eleito líder rosa uma vantagem única nos últimos 35 anos.
O antigo líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, comentou esta sexta-feira, no seu programa de opinião política na SIC, as eleições primárias socialistas, considerando que agora as divisões internas no partido terminaram. Mas o comentador preferiu salientar a vantagem para o novo líder do PS, António Costa, porque, considera, o CDS e o PSD devem concorrer a eleições coligados.
“O mais importante é a clarificação do sistema político. Costa terá durante o próximo ano de apresentar as suas propostas. [Porém] esta será a primeira vez nos últimos 35 anos que o Partido Socialista se vai candidatar contra o PSD e o CDS juntos. É uma enorme vantagem. Parece-me muito provável que estes partidos vão coligados a eleições”, atirou, explicando que, por este motivo, deverá haver maior polarização de votos.
Neste âmbito, e considerando o sucesso das primárias, o antigo dirigente do Bloco de Esquerda diz que não gosta do método de escolha do líder do partido, por achar que “leva à individualização, à fulanização e aos combates pessoalizados na escolha dos candidatos”, explica.
Posteriormente, o professor universitário comenta também o surgimento de novos partidos. Sobre Marinho e Pinto diz simplesmente que este terá problemas, sobretudo porque se “enredou” numa polémica com o seu salário, mas centraliza o seu discurso no partido Livre, que tem este fim-de-semana o seu primeiro congresso, onde participa António Costa.
“Costa será a estrela do Congresso do partido Livre, de Rui Tavares. Não sei se convidará Tavares a falar no Congresso socialista. O que Costa disser será importante” em termos de possíveis coligações de Governo, destaca.
Sobre o Fórum Manifesto, dirigido por Daniel Oliveira, considera o antigo líder do partido que este usou a imprensa para uma “vingança cósmica” contra o Bloco, o seu anterior partido, e que este deveria fazer uma separação entre a função de comentador político e as suas novas funções.
Por fim, sobre o futuro de PCP e Bloco, afirma o antigo dirigente político que a única hipótese destes partidos “é a de radicalizarem o seu discurso e as suas alternativas para o país e não se enredarem em jogos políticos”, até porque “Costa entra muito no eleitorado do PCP”.
Sobre Pedro Filipe Soares, que apresentou uma candidatura à liderança do Bloco de Esquerda, defende o antigo líder que “é um bom deputado”, “capaz e trabalhador”, e que, apesar de concordar com o projeto político bloquista, defende que a prioridade deve ser dada, em detrimento da questão da dívida, à proteção da Constituição, o que torna o partido “mais institucional”. (noticiasaominuto.com)
