Adis Abeba – O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) realiza, nesta segunda-feira, às 8 horas locais, uma reunião dedicada à análise da situação política na ilha de Madagascar, encontro que antecede a 24ª sessão do Conselho Executivo do organismo continental, que começa às 10 horas locais, 8 horas de Angola.
Segundo o embaixador de Angola acreditado na Etiópia e representante permanente na União Africana, Arcanjo Maria do Nascimento, que falava hoje à imprensa angolana, em véspera do início da 24ª sessão dos ministros dos negócios estrangeiros, a agenda do dia estará, entre outras, focalizada em questões ligadas à agricultura – tema central da 22ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, a decorrer nos dia 30 e 31 deste mês.
Sobre a mesa dos ministros do Conselho Executivo da UA, acrescentou, estarão também dossiers relacionados com os conflitos que se desencadearam no continente, particularmente no Sudão do Sul e República Centro-Africana, assim como serão analisados outros conflitos como o da RDCongo e Guiné-Bissau.
De acordo com o diplomata, outra questão importante a ser abordada na reunião tem a ver com as candidaturas africanas aos principais órgãos internacionais, sobretudo para o Conselho de Segurança da ONU, órgão do qual Angola é candidato a membro não permanente, pela região da África Austral.
Durante as sessões, um outro aspecto que tem sido preocupação da organização continental e será objecto de analise e reflexão profunda é a relação entre a União Africana e o Tribunal Penal Internacional (TPI), dado que esta instituição de justiça mundial emitiu mandados de captura contra alguns chefes de Estados africanos.
O embaixador angolano lembrou que na cimeira especial passada, realizada em Outubro, a União Africana tomou uma decisão, ou seja, mandatou os estados membros parte da Convenção do Estatuto de Roma, para solicitarem a introdução de emendas.
Os ministros vão debruçar-se também da questão do financiamento das actividades da União Africana, porque o organismo continental depende, em grande medida, de financiamentos externos, dos parceiros externos extra continente, para financiar os seus programas.
Segundo o diplomata angolano, nas duas últimas cimeiras, os lideres africanos decidiram que a UA deverá desenvolver capacidades próprias para que a organização seja cada vez mais independente e não dependa na implementação da sua agenda de actores externos.
A 24ª sessão do conselho executivo, reunião que prepara a agenda da 22ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, foi antecedida de vários encontros, como a 27ª sessão do Comité de Representantes Permanentes e do primeiro Retiro Ministerial do Conselho Executivo.
Segundo o embaixador Arcanjo do Nascimento, no âmbito de preparação da cimeira, os ministros realizaram o Retiro durante dois dias, actividade que visou fundamentalmente reflectir sobre a União Africana e a agenda que terá nos próximos 50 anos para o continente, seus objectivos em termos de desenvolvimento económico, resolução de conflitos, e em termos de estruturas políticas do próprio continente.
A delegação de Angola nesta reunião que inicia nesta segunda-feira é chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chikoti, que se encontra na capital etíope desde quinta-feira.
(portalangop.co.ao)