A desqualificação e a desvalorização do capital humano, decorrente, sobretudo, do desgaste dos sistemas de educação e formação, são alguns dos factores que concorrem para a pobreza em Angola, segundo revela um estudo da Faculdade de Direito, apresentado esta quinta-feira, em Luanda.
O estudo adianta que tal desqualificação e desvalorização resultam também da precariedade do estado sanitário, dos baixos salários e da extensão do desemprego e sub-emprego no país, daí que recomenda a participação activa urgente das comunidades locais, visto que o engajamento da sociedade civil organizada tem sido insuficiente.
A quebra acentuada da oferta interna de produtos fundamentais, em particular de bens e serviços a debilidade do quadro institucional, explicado pela fraca qualificação dos funcionários e pela reduzida produtividade e a ineficiência das políticas macroeconómicas são outros aspectos que contribuem para a pobreza em Angola.
Os resultados produzidos pela observação de campo efectuada pelos estudantes de mestrado da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto (UAN) apontam ainda como causas da fome e a pobreza no país, o conflito armado de quase três décadas, a forte pressão demográfica, a alta taxa de natalidade, entre outras.
Face a esta realidade, os realizadores (15 mestrados) da referida pesquisa aconselham, entre outras actividades, a ampliação de redes de infra-estruturas e serviços básicos (hospitais, escolas, fontes de abastecimento de água) e a permanente avaliação e monitorização da efectividade das acções do executivo. À margem da cerimónia de apresentação, o vice-decano da referida academia universitária, Carlos Teixeira, informou que a iniciativa visa ajudar o Governo a identificar os principais factores que propiciam a pobreza, localidades e franjas sociais mais afectadas, para juntos encontrarem soluções fiáveis para o problema.
“Este estudo corresponde a uma análise académica com propostas de solução que podem constituir num importante contributo nos esforços que a sociedade e o Executivo angolano despendem na luta contra à pobreza que o nosso país vive”, asseverou o vice para os assuntos académicos.
Fonte: O País