O estudante João Melo, de 14 anos, ocupou o segundo lugar no concurso africano “Prémio Estrela DSTV Eutelsat 2014”, que teve como vencedor o zimbabweano Joseph Mahiya.
É a primeira vez que um angolano ocupa o segundo lugar neste concurso, em que participam estudantes de 40 países africanos.
O estudante da nona classe, primeiro classificado de Angola na categoria de redacção, participou com o tema “A perspectiva de um satélite de mapeamento”.
João Melo, que participou pela terceira vez num concurso internacional, descreveu numa perspectiva filosófica como os satélites e as tecnologias podem influenciar o desenvolvimento do continente africano. “Foi difícil reunir as informações, mas com a pesquisa, leitura e bibliografia foi possível fazer um trabalho que agradou ao corpo de júri”, disse.
João Melo participou ontem na cerimónia de apresentação da quinta edição do concurso “Prémio Estrela DSTV Eutelsat” promovido pela Multichoice África e a Eutelsa.
O concurso comporta duas categorias, sendo uma de redacção e outra de desenho em cartaz. Este ano, os alunos trabalham sobre o tema “O homem deve elevar-se acima da Terra, para o topo da atmosfera e além, pois só assim compreenderá plenamente o Mundo em que vive”.
Mara Abreu, directora de marketing e comunicação da Multichoice Angola, disse que o concurso contribui para a formação dos concorrentes, que devem, através de uma redacção ou desenho de cartaz, demonstrar como os satélites ajudam a compreender a Terra. O concurso “Prémio Estrela DSTV Eutelsat” inclui dois tipos de avaliação, sendo um nacional e outro internacional.
A primeira avaliação aos candidatos é feita por júris locais que seleccionam os vencedores e os segundos classificados nacionais. Depois passam por uma ronda de avaliação preliminar que culmina com a selecção dos vencedores continentais.
Em 2014 foram inscritos 104 concorrentes, 42 redacções e 62 cartazes provenientes de mais de 23 escolas das províncias de Benguela, Cabinda, Huíla, Moxico, Namibe e Luanda. Desde 2014, o concurso conta com parcerias dos Ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, Telecomunicações e Tecnologias de Informação, e da Rede de Mediatecas de Angola.
Os concorrentes devem entregar os seus trabalhos até 5 de Novembro deste ano, através de um formulário de candidatura que pode ser obtido em lojas da DSTV.
Benefício para o país
Giza Custódio, do Ministério da Educação, considerou que o concurso vai dinamizar a formação dos alunos. “O concurso trás benefícios ao sistema educativo de Angola, na medida em que os nossos alunos acabam por ser capacitados em termos de literatura”, disse. Acrescentou que o concurso estimula os alunos a investigar, escrever e ler.
O director do Centro Tecnológico Nacional do Ministério da Ciência e Tecnologia, Gabriel Miguel, disse que o concurso contém uma abordagem inovadora. “Ao alcançarmos o segundo lugar no concurso continental, isso demonstra que estamos a melhorar a participação junto de outros países”, realçou.
O concurso aberto a alunos do ensino secundário com idades entre os 14 e os 19 anos existe desde o ano de 1999, mas Angola participa apenas desde 2010. (ja.ao)