O chefe de repartição municipal da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de Cacuaco, José Manuel de Castro, afirmou hoje, em Luanda, que a seca prolongada que se regista na província de Luanda, desde o último cacimbo, vai afectar significativamente a “campanha agrícola 2012” na municipalidade.
Em entrevista à Angop, a propósito das consequências do fenómeno, o responsável disse que a sua circunscrição já está a viver os efeitos da estiagem, reflectidos na baixa produção dos camponeses a esta altura e na impossibilidade da realização de determinados trabalhos intrínsecos à actividade.
Salientou que a maioria dos agricultores em Cacuaco (quer os organizados em cooperativas quer os individuais) depende da chuva para a produção, razão pela qual muitos decidiram abandonar o trabalho.
“Neste momento, apenas os que tem motobomba e os com pequenas culturas próximo dos rios estão no activo”, frisou.
José Manuel de Castro justificou a sua tese igualmente com o facto de uma parte do município de Cacuaco ser cedida à província do Bengo, no quadro da nova divisão administrativa de Luanda, e com a absorção pela Nova Centralidade de Cacuaco, de grande parte fértil ao cultivo de milho.
Explicou que a seca está a afectar significativamente Musseque – Sequele, que é a maior zona de produção de milho, assim como os camponeses que se dedicam essencialmente à pratica do mesmo cultivo no “sequeiro”, áreas onde não há alternativas, senão a dependência directa da chuva.
O chefe da repartição municipal da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de Cacuaco apontou ainda como outro motivo que virá a comprometer a “campanha agrícola 2012” na circunscrição, a entrega ao Bengo, do corredor Panguila/Lude/Muzondo, no qual se cultivava grande parte do tomate e da cebola.
A título de exemplo disse que o referido corredor, em conjunto com o Kifangondo/Kilunda, produziu mais de cinco mil toneladas de tomate e cerca de seis, em 2010, quantidades distantes de se alcançar na presente campanha, na opinião deste responsável, em virtude dos factores enumerados e outros.
O município de Cacuaco, com 13 cooperativas agrícolas e sete associações afim, elegeu como prioridade para a campanha desse ano, a produção de hortícolas, mormente o tomate, couve, repolho e cebola, além da das chamadas “folhas”: gimboa, rama de batata e o quiabo.
Fonte: Angop