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    Espanha anuncia que corta apoios às organizações não-governamentais na Guiné-Bissau

    A Espanha anunciou recentemente que vai retirar a Guiné-Bissau da lista de países que recebem apoios financeiros para o trabalho das organizações não-governamentais, disse hoje à Lusa o responsável de uma organização.

    De acordo com Sambatenen Camará, responsável de uma das cerca de 30 ONG guineenses e espanholas que recebem apoios da cooperação espanhola, o Governo de Madrid decidiu não incluir a Guiné-Bissau no seu Plano Diretorio Quatro de cooperação para o período de 2013 a 2016.

    Sambatenen Camará, que lidera a equipa de organizações não-governamentais guineenses e espanholas que recebem apoios da Espanha, diz não compreender as razões da decisão do Governo de Madrid, uma vez que a Guiné-Bissau “tem todas as condições de elegibilidade” para as ajudas.

    “A Guiné-Bissau tem todas as condições de elegibilidade. No índice de desenvolvimento humano, a Guiné só supera o Níger, a nível da pobreza geral só está a frente de dois países, o Níger e a Etiópia, faz parte da África subsariana e o Plano dá uma atenção especial a essa zona do mundo”, observou o responsável.

    O Governo espanhol coloca ainda como condição para as ajudas que o país beneficiário tenha um número considerável de cidadãos espanhóis, o que Sambatenen Camará disse ser o caso da Guiné-Bissau, onde, afirmou, existem “muitos cidadãos da Espanha a trabalhar”.

    “A Espanha é o quinto parceiro/doador da Guiné-Bissau a nível da cooperação bilateral. Entre 2010 e 2011, a Espanha só fica atrás de Portugal a nível da cooperação bilateral”, enfatizou o coordenador da equipa de trabalho que está a redigir um manifesto das ONG para enviar ao Governo de Madrid pedindo que volte atrás na sua decisão.

    O responsável disse não ter certeza, mas que acredita que a “constante instabilidade” na Guiné-Bissau poderá estar a pesar na decisão do Governo espanhol.

    “Se for só pelos indicadores a Guiné-Bissau tem todas as condições de ser ilegível no Plano, agora se assim não for é porque, provavelmente, a constante instabilidade do país poderá estar a pesar nisso tudo”, defendeu Camará.

    “Também pode ser que a Espanha como membro da União Europeia esteja a seguir as orientações da organização. Não sei”, disse.

    Sambatenen Camará afirmou que no caso de a decisão se concretizar as populações irão sentir os efeitos imediatos.

    “Queremos demonstrar que a população vai sofrer com esta situação. A população está cansada e é ela a beneficiária direta dos apoios da cooperação espanhola. A Espanha pode não ter cooperação com o Governo diretamente, mas pensamos que devia continuar a nível das ONG que trabalham diretamente com as populações”, disse Camará.

    A Espanha apoia as ONG e o próprio Governo guineense nas áreas da saúde, educação, pesca, agricultura, segurança alimentar e igualdade e equidade entre géneros.

    Entre 2006 e 2010, Madrid deu às ONG guineenses e espanholas que trabalham na Guiné-Bissau cerca de 30 milhões de euros.

    FONTE: Lusa

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