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    Escalada dos juros acima dos 7% intensifica risco da dívida de Espanha

    A vitória dos conservadores nas eleições gregas era aguardada com expectativa em Madrid. Mariano Rajoy classificou-a como uma boa notícia para Espanha. Mas a reacção dos mercados foi comedida: a bolsa de Madrid caiu quase 3%, o risco da dívida espanhola disparou e os investidores pediram mais de 7% de juros pelas obrigações a dez anos.

    A taxa implícita dos juros espanhóis neste prazo tocou no valor mais alto desde que existe a moeda única. A margem de diferença dos títulos em relação às taxas alemãs, que mede o chamado prémio de risco em relação aos títulos de referência no mercado, tem-se acentuado nas últimas semanas e esta segunda-feira subiu para 589 pontos.

    De acordo com dados da agência Reuters, os investidores chegaram a pedir 7,28% de juros para comprar Obrigações do Tesouro no mercado secundário. A escalada para níveis acima dos 7%, visível ao longo da tarde, é considerada insustentável a prazo, pelos analistas, pelo facto de pressionar a capacidade de o Tesouro espanhol se financiar em condições normais nas emissões de dívida no mercado primário.

    O principal índice da bolsa de Madrid, o Ibex-35, começou o dia a ganhar valor, mas uma hora depois do início da sessão já estava a perder terreno e terminou com a quebra mais forte entre as principais praças da zona euro, de 2,96%.

    A sessão no conjunto das bolsas europeias terminou sem tendência clara, com Madrid e Milão a caírem perto de 3%, e a registarem-se subidas nas praças de Atenas (3,64%) e Lisboa (0,27%). Amesterdão perdeu 0,19%, Bruxelas recuou 0,39% e Paris cedeu 0,69%.

    O jornal El País considerou já a sessão desta segunda-feira como a “mais negra” nos mercados financeiros para Espanha, e o El Mundo apressou-se a vaticinar, com base na opinião de alguns analistas, que o dia de hoje mostra que “a Grécia não é o problema” de Espanha, mas que a razão da crescente pressão está no impacto nas contas do Estado do resgate da banca, que pode chegar aos cem mil milhões de euros.

    O ministro com a pasta da Economia (com assento no Eurogrupo), Luis de Guindos, reconhecia na semana passada que Espanha vivia dias difíceis, associando, em parte, a pressão à incerteza dos mercados sobre o resultado das legislativas na Grécia. Mas a vitória dos conservadores do Nova Democracia (pró-austeridade) e a expectativa de que seja formado um governo de coligação rapidamente não sossegaram os mercados.

    O Presidente do Governo, Mariano Rajoy, referiu-se ao resultado eleitoral, considerando-o “bom para a Grécia” e uma boa notícia “para a União Europeia, para o euro e também para Espanha”.

    A crise das dívidas na zona euro domina as reuniões de líderes das 20 principais economias mundiais (G20), em Los Cabos, no México, onde Rajoy também está presente na cimeira destas segunda e terça-feira. E, a par com as preocupações sobre a economia mundial, a situação da banca espanhola estará no centro da discussão, dados os riscos da situação europeia para a retoma da economia global.

    FONTE: Público

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