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    Empresas portuguesas deixam Angola

    Ilha de Luanda (Foto: Portal de Angola)
    Ilha de Luanda (Foto: Portal de Angola)

    Em Angola a crise provocada pela descida do preço do petróleo e consequentes dificuldades no pagamento de salários está a atingir cerca de 200 empresas portuguesas, sobretudo do sector da construção. O embaixador angolano em Portugal, João Marcos Barrica, confirmou que centenas de emigrantes portugueses estão a deixar Angola.

    O governador do Banco Nacional de Angola veio dizer que o próximo semestre será melhor do que os meses anteriores, numa tentativa de acalmar os trabalhadores e empresas estrangeiras que têm meses de salários em atraso. Em causa está a descida do preço do crude que obrigou o país, até aqui vista como o El Dourado, a rever o orçamento geral do Estado e a cortar nas despesas.

    Desde então, muitas têm sido as notícias que dão conta das dificuldades em honrar os compromissos financeiros. No início desta semana, o embaixador angolano em Portugal, João Marcos Barrica, confirmou que centenas de emigrantes portugueses estão a deixar Angola por causa da crise que atinge cerca de 200 empresas portuguesas, nomeadamente no sector da construção.

    Em entrevista à RFI, o presidente do comité executivo do LIDE-Grupo de Líderes empresariais em Angola, Filipe Lemos reconhece as dificuldades de algumas empresas portuguesas que estão mesmo a dispensar trabalhadores estrangeiros e a recrutar trabalhadores locais, por terem mão de obra mais barata. ” Quem faz grandes investimentos em Angola é o Estado e a maior parte das empresas portuguesas trabalham com o Estado… sabemos que existem várias empresas que não conseguem suportar esta crise por mais tempo… e estão a recrutar trabalhadores locais em detrimento dos estrangeiros”.

    A crise está também a atingir a comunidade cubana. Segundo o jornal português Expresso, o governo terá autorizado o Banco Nacional de Angola a recorrer às reservas cambiais, para pagar os salários dos médicos, professores e engenheiros cubanos, evitando assim o êxodo. O semanário avança ainda que o atraso nos pagamentos aos cooperantes cubanos ronda os 300 milhões de dólares, e estaria na origem da recente visita a Angola do vice-presidente cubano Ricardo Cabrisas.

    Sobre esta questão o presidente do comité executivo do LIDE, refere que os cubanos sempre souberam responder às dificuldades que o país atravessou e acredita que há soluções para resolver este problema. “Não acredito que o pessoal cubano larguem Angola por causa desta crise. Nós já passámos por outras crises …. e os cubanos sempre ficaram do lado dos angolanos”.

    Filipe Lemos reconhece ainda que é neste momentos de crise que as pessoas devem tentar procurar outras oportunidades. “Angola está neste momento numa fase de diversificação da sua economia, para que a economia não seja tão dependente do sector petrolífero… há pessoas que já começam a encontrar outros motivos de interesses para investir em Angola”. (rfi.fr)

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