A embaixadora de Angola na África do Sul, Josefina Pitra Diakité, manifestou-se hoje, quinta-feira, em Pretória, a favor de um acordo de extradição de prisioneiros com as autoridades sul-africanas.
Em declarações à imprensa, Josefina Diakité disse que a existência desse acordo permitiria aos condenados o cumprimento das penas nos respectivos países de origem.
“Penso que seria muito bom que houvesse um acordo deste tipo, porque seria também uma forma de se dar cumprimento a um dos postulados das convenções das Nações Unidas sobre os direitos que os cidadãos têm, independentemente do crime que tenham cometido”, sublinhou.
A diplomata angolana visitou segunda-feira última a cadeia de Moddenrbee, em Pretória, no âmbito do programa de actividades alusivas ao 37º aniversário da independência de Angola, celebrado a 11 de Novembro.
Referiu que durante a visita àquela instituição prisional sul-africana constatou a existência de cerca de 70 cidadãos angolanos presos, maioritariamente jovens em idade activa.
“São na sua maioria cidadãos jovens que podem contribuir para o desenvolvimento económico e social de Angola”, afirmou a embaixadora, acrescentando que o principal motivo da prisão de grande parte deles é a posse e uso de drogas pesadas.
Josefina Diakité garantiu que o programa de visitas, iniciado dia seis, vai estender-se a todas as cadeias da África do Sul para se aferir com exactidão o número de angolanos presos neste país, “para depois discutirmos com as autoridades angolanas e sul-africanas o possível acordo de extradição dos presos”.
Segunda a embaixadora, “existem casos que devem ser ponderados” citando o de um cidadão angolano, pai de três filhos, que perdeu a esposa, alguns dias após o seu encarceramento em Modderbee, e só teve conhecimento do infortúnio depois de muito tempo.
Questionada sobre os serviços de humanização encontrados na cadeia, a embaixadora disse serem normais, “se tivermos em conta que a maioria está a estudar, beneficiam de momentos de lazer e da prática de desportos”.
Disse não ter sido informada, durante à visita a cadeia, de qualquer problema grave do ponto de vista humano, apesar das reclamações relacionadas com a sua superlotação, tendo na ocasião entregue um lote de lençóis e cobertores para maior conforto dos reclusos.
“Não obstante ao facto de as autoridades darem-nos informações com alguma regularidade, entendemos que os mesmos (prisioneiros) também têm sempre alguma palavra dentro deste processo, decorrente da própria convenção das Nações Unidas sobre as relações diplomáticas”, frisou a embaixadora.
No âmbito das celebrações do 11 de Novembro, foram já realizadas, entre outras, palestras sobre A Reestruturação das Forças Armadas Angolanas, visitas aos presos angolanos na cadeia de Moddenrbee e aos pacientes angolanos em tratamento em Pretória.
As actividades alusivas ao 11 de Novembro encerram sábado, um de Dezembro, com um encontro com a comunidade angolana residente na África do Sul.
(portalangop.co.ao)