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    Economia: Projetos de investimento em Moçambique caem 74% em 2015

    Os projetos de investimento autorizados em Moçambique caíram 74,5% em 2015 face ao ano anterior para 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), dos quais Portugal representa 88 milhões de dólares (80 milhões de euros).

    Segundo dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI) de Moçambique a que a Lusa teve acesso, o investimento direto estrangeiro sofreu uma redução de 60%, o moçambicano diminuiu 83,2% e a rubrica suprimentos e empréstimos baixou 94,1%.

    Do montante total de projetos aprovados pelo CPI em 2015, a Espanha lidera a lista com 320 milhões de dólares (290 milhões de euros), à frente da China e dos Emiratos Árabes Unidos, numa lista em que Portugal figura na quarta posição e a África do Sul na quinta.

    Em 2015, Portugal teve 48 projetos aprovados (apenas atrás da África do Sul, com 61) num valor global de 88 milhões de dólares (80 milhões de euros), uma quebra de 73,7% face a 2014, que tinha sido o ano mais representativo desde 2009.

    O investimento português mantém-se como o principal criador de postos de trabalho, 31 por cada milhão de dólares investido, uma vantagem mínima face à média de trinta do restante investimento direto estrangeiro, quando no ano passado a diferença era de uma dezena de empregos (34 e 24 respetivamente).

    A maioria do investimento português foi aplicada no setor da indústria (45,3%), seguindo-se os serviços (34,9%), banca e seguradoras (12,1%), enquanto a construção, obras públicas, transportes, comunicações, agroindústria e turismo representaram, no conjunto, apenas 7,7% do total.

    Quanto à distribuição territorial, a província de Maputo e a capital concentraram quase 90% do investimento português e a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, 8%.

    O ano de 2015 foi caraterizado por um arrefecimento do crescimento económico, com o Produto Interno Bruto de Moçambique a subir 6,1%, menos 1,1 pontos percentuais em relação a 2014, por uma forte desvalorização do metical face ao dólar, aumento da inflação e descida do investimento estrangeiro e da ajuda externa.

    Moçambique vive na expetativa de receitas milionárias a partir dos mega-investimentos no gás natural de Cabo Delgado, mas os líderes dos dois consórcios, Anadarko e ENI, ainda não tomaram as suas decisões finais de investimento, que se espera virem a gerar um efeito multiplicador no resto da economia.

    Além do atraso nos projetos do gás, 2015 foi ainda marcado por um agravamento da crise política e militar em Moçambique, com registo de confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que exige governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais realizadas no ano anterior.

    No total o investimento direto estrangeiro somou 991 milhões de dólares (897 milhões de euros), dos quais 75% pertenceram ao grupo dos cinco principais países, e foi essencialmente aplicado nos setores da indústria, construção, obras públicas e serviços e igualmente concentrado na capital moçambicana e província de Maputo.

    O investimento direto nacional totalizou 382 milhões de dólares (345 milhões de euros), a que se juntam os suprimentos e empréstimos no valor de 414 milhões de dólares (374 milhões de euros). (Agência Lusa)

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