A docente Elsa Rodrigues, do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) de Benguela, advogou hoje, sexta-feira, nesta cidade, a massificação do associativismo feminino, para melhor reivindicação dos direitos da mulher na sua luta pela emancipação.
Segundo Elsa Rodrigues, que falava à ANGOP, a margem do XI Encontro das Mulheres e parceiros da ONG Acção Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), esse associativismo poderá ajudar na luta pelo direito de oportunidades em relação aos homens.
Na sua óptica, seria um espaço privilegiado para as mulheres discutirem a problemática do emprego, saúde e ocupação de cargos em órgãos de decisão.
“Penso que a criação de mais movimentos de mulheres possa ajudar elas a exprimir o que cada uma sente”, disse.
Elsa Rodrigues referiu a maioria das mulheres em zonas rurais abandona a escola muito cedo, apontando como causa o matrimónio precoce, questões culturais, falta de escolas ou más condições de higiene nas existentes.
Daí ter ter sublinhado que deve constituir preocupação do Governo angolano melhorar as políticas que visam o incentivo à escolaridade da mulher, sobretudo a do meio rural.
“ Nós temos desigualdade social no acesso à saúde, à educação, informação e ao mercado de trabalho”, enfatizou.
Contudo, considera que entre localidades existem realidades diferentes, exemplificando que algumas políticas podem funcionar para população do município da Ganda, mas não dar certo no Cubal. Por isso, defende ser necessário envolver as associações para ajudarem na elaboração de políticas que respondam às necessidades efectivas de cada comunidade.
Participaram do encontro, representantes de universidades públicas e privadas, estudantes universitários, Organizações Não Governamentais, associações e cooperativas da província de Benguela.
O encontro abordou os temas: Os desafios de acesso à educação para mulheres e meninas do meio rural, As perspectivas da elaboração da política pública de género e o Acesso aos serviços de saúde sexual para mulheres e meninas.
ANGOP