Luanda – O desenvolvimento do sector da educação, particularmente o aumento do índice de alfabetização para 70 porcento da população angolana, reconhecido a nível internacional como positivo, marcou o sector no ano que finda.
Comparado aos anos anteriores (1975), em que o país registava cerca de 80 porcento de analfabetos, a cifra actual demonstra uma grande evolução, razão pela qual a coordenadora regional da Organização da Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (Unesco), Zulmira Rodrigues, afirmou que o nível de alfabetização actual de Angola representa um dos melhores da África Subsariana.
Apesar de haver muito ainda por ser feito para se atingir a qualidade de ensino almejada, esforços têm sido feitos para a redução do índice de reprovação e de desistência, bem como para a formação de quadros, prevendo, por exemplo, para até 2017, reduzir o analfabetismo para 15 porcento.
Dados apontam que o país está próximo de satisfazer os objectivos do milénio no que a educação diz respeito.
Com um orçamento de 18.7 porcento do total orçamental do Ministério da Educação/ano, os dados mostram haver melhorias significativas no processo de alfabetização dos país.
O aumento de salas e o facto de ter um número elevado de alunos nas escolas, nos vários períodos de ensino, sendo sinal de que a aposta do Governo é positiva.
Para se calcular a qualidade de ensino, existem várias formas, entre as quais o número de infra-estruturas escolares, desde o ensino primário até ao superior, e a existência de professores de qualidade. Hoje o sistema
controla muitos professores, apesar existirem alguns ainda sem a qualidade desejada, mas já conta com muitos professores formados em Escolas de Formação de Professores.
O MED controla 64 mil e 62 salas, cifra superior a de 2007, que era de 45 mil, uma componente importante para a qualidade de ensino, e está a apostar na formação de professores, na construção de mais salas de aulas, na alfabetização, no ensino especial como a inclusão.
O ministério conta com 7 milhões 408 mil 926 alunos em todos os níveis, designadamente ensino da iniciação, alfabetização, ensino especial, primário, secundário do primeiro ciclo e secundário do segundo ciclo.
O novo sistema de ensino existente praticamente a 2 anos apresenta dados estatísticos que apontam para resultados satisfatórios, fruto da introdução da reforma educativa direccionada a melhoria da qualidade, sendo que umas das soluções é a redução da taxa de abandono escolar para 14 por cento, a redução da taxa de reprovação e da taxa do analfabetismo.
A reforma tem princípios norteadores muito positivos, sendo preciso melhorar e corrigir o que não se adapta a nossa realidade.
Um dos objectivos da reforma é diminuir o número de alunos existentes em cada turma no mínimo para 25, actualmente são entre 40 a 45 alunos.
Por outro lado, o Med prevê em 2014 ter como prioridades uma melhor prestação a primeira infância, pois se o objectivo é qualidade, a educação de qualidade necessita de um bom acompanhamento a partir da primeira infância, se quiser crianças com dotes, quer em valores e em instrução.
Para o efeito, o MED e o Minars pretendem que se implemente as disposições da lei 25/12 e que a sua regulamentação se reflicta nos planos de acção de vários sectores, para garantir a obrigatoriedade e gratuidade do ensino por escola.
Se assim for, os dados apontam que até 2015 Angola estará em condições de atingir sim os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio se começarmos a fazer este trabalho, para se atingir os resultados pretendidos, de forma árdua e em conjunto, apesar da herança colonial o “analfabetismo”. Há um grande compromisso do Executivo e isso se traduz na satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, e no aumento paulatino do orçamento da educação. (portalangop.co.ao)
Por Márcia Manaça