Luanda – O director-geral do Laboratório Central Agro-alimentar, José Correia Cabral, disse hoje, em Luanda, que a existência de apenas uma unidade para a análise da qualidade dos produtos alimentares para atender todo país influencia negativamente no crescimento económico do país, pelo que urge a extensão do serviço.
Em entrevista à Angop, a propósito do controlo da qualidade dos produtos alimentares em Angola, o responsável referiu que a inexistência de laboratórios de qualidade nas demais províncias prejudica a economia e o desenvolvimento do país, dada a morosidade para a análise de uma amostra que ainda tem que percorrer longas distâncias.
“Veja que um laboratório de qualidade certificado, apoiando um produtor que queira depois exportar os seus produtos, traz muito mais vantagens do que actualmente, uma vez que todos os produtores a nível nacional recorrem ao Laboratório Central Agro-alimentar, em Luanda, para os devidos exames” – explicou.
Neste momento, prosseguiu o interlocutor, há uma grande desvantagem do produtor que tenha que enviar um produto para exportar, porque terá de recorrer primeiro a auditorias para certificar este produto, implantar os seus sistemas de hccp e criar um certificado numa entidade como o laboratório central para depois poder fazer a exportação.
“Porque imagine o produtor do Kuando Kubango que tem uma amostra de solos e ter que trazer até aqui em Luanda para ser analisada, quando tendo uma unidade local o processo será mais eficaz e a interacção mais directa, desde a qualidade dos solos até a dos produtos extraídos destes mesmos solos” exemplificou o biólogo.
Além disto, sublinhou José Correia Cabral, um produto biológico quando demora muito tempo sofre transformações, que até certo ponto influenciam no resultado das análises.
Face a isto, o director-geral do Laboratório Central Agro-Alimentar adiantou que com uma rede de laboratório eficaz o produtor a partir do sistema de produção monta o sistema de hccp, é certificado e poderá fazer exportações directamente sem necessidade de se criar sistemas de auditorias.
“A julgar pela capacidade da nossa unidade podemos afirmar que neste momento estamos bem servidos, apesar do défice de laboratórios. Mas há necessidade de se criar uma rede porque o país não pára de crescer e se se ficar apenas com o laboratório de Luanda, futuramente a demanda vai começar a criar dificuldades no sistema” – observou.
“Nós temos que acompanhar a dinâmica do país. O país está a crescer, está a modernizar-se e todas as componentes devem acompanhar, pelo que o laboratório é uma destas componentes que não se pode atrasar” – asseverou o responsável, salientando que o problema poderá ser equacionado nos próximos tempos. (portalangop.co.ao)
